CORREIO DA MANHÃ -2004-04-25
MAIS FORTES QUE O DESTINO
A maioria chegou a Portugal com uma certeza: tinham de recomeçar a sua vida do zero. Chamavam-lhes retornados, nome ainda hoje pejorativo. Mas foram eles que acordaram um país dormente, com a alegria trazida de uma África onde começavam a cair tiros de morteiro.
Sempre que ela entrava com uma chávena de chá às tantas da madrugada na sala de reuniões, o fumo de tabaco parecia evaporar-se. O semblante carregado dos ministros que discutiam os destinos da jovem democracia transformava-se num enorme sorriso. “Você parece uma gazela. Ainda vai fazer cair o Governo”, gracejava o primeiro-ministro Mário Soares à exótica moçambicana de 20 anos. Quando passavam por ela nos corredores de São Bento, havia políticos que cantarolavam: ‘Gabrieeela!’. Os longos cabelos, a tez morena e a sua beleza felina faziam de Yolanda uma sósia perfeita de Sónia Braga – a actriz brasileira que brilhava na primeira novela transmitida em Portugal. “Tive sorte. Três anos depois de chegar a Portugal fui trabalhar para o I Governo Constitucional, em 1977. Era uma das secretárias de Soares”, conta.
Yolanda veio da Beira, Moçambique, para um tratamento cardíaco. Com os estilhaços da revolução acabou por ficar. “Havia manifestações por ‘dá cá aquela palha’, papéis por todo o lado, cartazes nas paredes e cuspia-se no chão. Passou-se do 8 para o 80 mas as pessoas pareciam felizes.”
Em São Bento, o ritmo não era menos acelerado. “Ficávamos à noite a dormitar nos corredores à espera de sermos acordadas para redigir um decreto-lei à máquina.” Era por isso que andava sempre acompanhada com uma providente escova de dentes. Yolanda acabaria por trocar a turbulência da política pelos flashes da 'passerelle' e hoje é uma empresária de sucesso. Pelo meio, foi considerada uma das mais elegantes mulheres do País. Mas por mais anos que passem, não consegue esquecer a imagem de dezenas de conterrâneos a descer as escadas dos Boeings do aeroporto da Portela, em 1975. “Foram recebidos com o calor de mantas e bebidas, mas a maioria deles sentia uma enorme insegurança porque tinham de recomeçar a sua vida do zero.”
Entre essa massa anónima de pessoas de destino incerto encontrava-se Ribeiro Cristóvão, a sua mulher e os três filhos menores. “Mantive-me em Angola quase até à independência. Acreditava que apesar das alterações radicais haveria lugar para todos. Enganei-me.” No final de 1975, abandona o seu emprego na cervejeira Cuca (que ainda hoje existe) e a sua casa em Nova Lisboa. “Fui obrigado a viajar para Portugal, espoliado de todos os meus haveres”, desabafa em tom inconformado.
O homem do desporto da Rádio Renascença confessa que os primeiros três meses passados em Lisboa foram os mais difíceis da sua vida. E sem o abrigo na casa da sua irmã em Alcochete, a sua história estaria hoje pintada em tons ainda mais negros. “Recordo-me de calcorrear a cidade à procura de emprego, sem sorte nenhuma. Estava desesperado.”
No primeiro Natal na capital, Ribeiro Cristóvão afundou-se numa tristeza profunda. Ali estava ele, rodeado com a sua família mas com a árvore despida de presentes. “Não tinha nada para dar aos meus filhos.” O rótulo de retornado teimava em fechar-lhe portas. “Havia má vontade entre os portugueses da metrópole que tinham medo que lhes roubássemos os empregos. Andei com este ferrete durante anos.” Um dia, porém, o habitual ‘não’ deu lugar a um surpreendente ‘sim’. A Rádio Renascença abria-lhe portas ao admirável mundo novo do jornalismo.
FUGIR DE TIROS DE MORTEIROS
“Os 500 mil retornados, que representavam 5 por cento da população portuguesa, foram o maior fenómeno de repatriamento da Europa do pós-guerra”, conclui o sociólogo Rui Pena Pires, também ele repatriado de Angola. Dos que regressaram, 33 por cento veio de Moçambique e 61 por cento de Angola.
“Grande parte destas pessoas, que emigraram de Portugal para África nos anos 60, tinham qualificações bastante elevadas.” Pena Pires dá um exemplo: enquanto a taxa de analfabetos era de 30 por cento na metrópole, entre os retornados não ultrapassava os 2 por cento.
“Entre 1974 e 1975, as ex-colónias viram-se desprovidas de quadros administrativos e técnicos qualificados, que foram o motor do desenvolvimento desses países. E Portugal tinha de absorver toda esta gente”, defende o docente. Mas o facto do país atravessar uma convulsão social, veio acabar por facilitar a sua integração. “Chegaram a uma sociedade maleável em termos de hierarquias. Tudo estava em aberto. Em 1976, já havia presidentes de Câmara provenientes das ex-colónias, algo que não aconteceu noutros países da Europa.” Segundo o professor do ISCTE, que publicou um trabalho sobre os retornados, o repatriamento de Angola foi mais célere devido ao clima de guerra civil, bastante pior do que em Moçambique.
Dados que conferem com o relato pormenorizado de Emídio Rangel, jornalista nascido em Lubango em 1946 e uma das vozes da Rádio Comercial de Angola. “A probabilidade de sobreviver ao tiroteio de morteiros, canhões e outras armas de grande calibre dos exércitos do MPLA e UNITA, era baixa. Ainda por cima estava desarmado.”
O risco era enorme mas Rangel não tinha outra saída. Em apenas 48 horas conseguiu fugir de Luanda, sem um beliscão. “Só tinha a roupa que vestia.” A 1 de Setembro de 1975 estava numa Lisboa diferente daquela que já conhecia de outras épocas. “A cidade de conspirações de Marcelo Caetano transformara-se na capital de golpes, contra-golpes e intervenções militares.”
Emídio Rangel não perdeu tempo a contemplar o ambiente de efervescência política. Em dois dias, já vendia enciclopédias para poder ganhar a vida. “Eram em inglês, o que não as tornava muito populares”, ironiza. A sua missão em espalhar cultura porta a porta não durou muito tempo. Meses depois, ficava em segundo lugar num concurso público para a RDP – Radiodifusão Portuguesa. A TSF e a SIC seriam as suas próximas estações.
'MALTA, EU VENHO PARA A PORRADA!'
Lídia Jorge aventurou-se por terras de África antes de 1974. A escritora, natural de Boliqueime, decidiu dar aulas no ensino secundário aos jovens de Moçambique em plena guerra civil. O seu faro apurado detectou logo à chegada um grande mal-estar naquela sociedade que parecia viver à beira do abismo. “Havia algo de trágico e de errado. Tinha a sensação de que bastaria atear-se qualquer coisa para haver uma mudança radical.”
Mudança a que já não assistiu porque teve de abandonar o país em Agosto de 1974. “Por mim, podia ter feito a vida em África”, suspira. Em pleno PREC, assistiu a episódios caricatos, como o de professores ensinarem palavrões aos alunos. “Durante o 11 de Março de 1975, uma colega minha do liceu D. João de Castro, vestida de ‘jeans’ e casaco de cabedal, irrompeu entre os estudantes aos berros: ‘Malta, eu venho para a porrada!’”
Lídia Jorge ainda se recorda com nostalgia da anarquia e alegria extraordinárias. “O aumento da liberdade trouxe consigo a libertinagem.” Corria-se para o cinema para ver filmes pornográficos, antes proibidos pela censura, vestia-se de forma desportiva quando a ocasião era de cerimónia. “As casas de pronto-a-vestir tiveram o seu grande período de crise porque era quase regra aparecer-se pouco arranjado.”
Que o diga Augustus, criador de alta-costura, que aterrou em Lisboa em 1976, proveniente de Luanda, onde vivia e tinha uma das suas lojas de roupa. “Nesse período, a moda era considerado algo de fútil.” Viviam-se os tempos dos intelectuais da revolução, que se vestiam todos de igual, fossem homens ou mulheres: camisolas de gola alta, botas alentejanas e as inseparáveis calças de ganga.
Apesar de vigorar a moda unissexo, António Augusto Ferreira, decidiu arriscar e abrir um ‘atelier’ na capital portuguesa. E não se arrependeu. “A vida social em Lisboa era menos agitada: não havia almoçaradas com amigos, idas à praia ou à discoteca, como em Angola.”
Como trouxera três carros da ex-colónia, não tinha espaço para todos na garagem, na sua casa da Lapa. Resultado: diariamente os vidros do seu vistoso Chevrolet Camaro, eram pintados com a palavra ‘fascista’. Só muito mais tarde é que descobriu o autor das palavras de ordem: “Era apenas um rapaz que andava no liceu. Divertia-se com aquilo ”
DO DESEMPREGO PARA O GOVERNO
Quando a autodeterminação das colónias parecia um facto consumado, Manuel Antunes foi um dos 30 mil portugueses que preferiu rumar para sul e não para a metrópole. O director do Serviço de Cirurgia Cardiotorácica dos Hospitais da Universidade de Coimbra vivia em Moçambique desde 1954, altura da primeira vaga de emigrantes. “Na escola primária, o meu colega de carteira era negro. E não sentia qualquer tipo de racismo”, lembra o médico, que se insurge contra as mentiras que se têm dito (e escrito) sobre a dita mentalidade colonial dos portugueses. “Nós é que acabámos por ser prejudicados no processo de descolonização.”
A sua família teve de deixar para trás propriedades, moradias e um negócio próspero de construção civil. Em troca? Uma mão cheia de nada. Até 1988, preferiu ficar em África do Sul, onde praticava medicina e só então veio para Coimbra, onde tem desenvolvido uma intensa actividade científica. “Não sobrou nada. Nem o espírito de entreajuda típico dos que viviam em Moçambique. As pessoas acabaram por se dispersar pelas aldeias onde tinham família. Quem não tinha meios ficava em pensões e hotéis em Lisboa.”
António Cardoso e Cunha, nascido em Leiria em 1934, não tem a mesma opinião do médico coimbrão. “A rede de solidariedade entre os retornados foi flagrante, notória e permanente.” Em Angola, o gestor era já uma pessoa influente – como presidente da Câmara de Comércio e membro da Assembleia Legislativa. E nas vésperas da manifestação da ‘Maioria Silenciosa’ (o 28 de Setembro) chegou mesmo a vir a Lisboa com uma delegação de políticos angolanos para reunir com o general Spínola. Eram os anos quentes da transição. “Durante a minha vida em Angola vim regularmente à capital pelo que acompanhei as evoluções da vida nacional”, declara o ex-comissário da Expo’98.
Em 1977, juntou-se ao grupo de repatriados e fixou-se em Portugal. “Mantive actividade pessoal na medida das oportunidades, limitadas pela conjuntura económica. Contudo não perdi a experiência e as capacidades empresariais que desenvolvi em Angola.” Um ano depois, o actual ‘chairman’ da TAP era já nomeado secretário de Estado do Comércio Externo, depois da crise governamental do executivo de Nobre da Costa: “Exemplo curioso da turbulência da época – passei de desempregado a membro do Governo.” Cardoso e Cunha não foi caso isolado. Outros portugueses das ex-colónias haviam de se destacar nos executivos que se seguiram. No jornalismo, na gestão ou na advocacia, os quentes ventos de África também se fizeram sentir. Homens como Vítor Ramalho, Alexandre Relvas, Jorge Armindo, David Borges ou Victor Sá Machado conseguiram fintar o destino. Talvez um dia sejam conhecidos como a geração de ouro dos repatriados.
ANTÓNIO FEIO - REGRESSO ÀS ORIGENS
“Onde é que eu estava no 25 de Abril? Bem, a tentar embarcar no avião para Lisboa.” António Feio, então com 20 anos, vinha de uma 'tournée' com o grupo de Teatro Experimental de Cascais e estava com os colegas em Lourenço Marques. “Percebemos logo que algo de errado se passava na metrópole.” O actor acabou por ser obrigado a ficar mais um mês na sua terra natal, de onde saíra aos sete anos. Durante a juventude viveu sempre com um pé em Lisboa e outro em Lourenço Marques. “Tinha a noção de duas realidades distintas.” Em África, o estilo de vida dos portugueses era mais descontraído. “É tudo muito grande.” António Feio recorda-se de fazer 1200 quilómetros de carro só para jantar com os amigos, com toda a naturalidade. Na capital alfacinha, tudo era mais cáustico e violento, principalmente durante os anos do PREC. “Foi uma época conturbada para o bem e para o mal.” Depois dessa viagem atribulada em 1974, só voltaria a pisar Lourenço Marques quase vinte anos depois. “Não tive desilusões. Já me tinham pintado um cenário demasiado negro.” Do passado guarda uma fotografia a preto-e-branco com uma irmã de Maria Rueff. “Os pais da Maria tomavam conta de um hotel, onde a minha família viveu durante um certo período.”
Hugo Franco
Fomos rotulados de retornados mas,conseguimos impor na sociedade portuguesa e no estrangeiro.Vim de Angola em 75 nasci em Luanda,estive em santo antonio do zaire,voltei a luanda e depois de 73 a 75 nova Lisboa(Huambo)e fui para Portugal um mes antes da independencia.logo em 76 emigrei e ja estou ha 30 anos na Suiça.Tirei um curso em Nova Lisboa de dactilografia no salao progresso que ficava na rua torres garcia,se por acaso aparecer alguem que andou la nessa altura contacte-me pode ser que nos conhecemos.Um abraço a todos os (retornados).Meu email:[email protected]
Posted by: fernando ribeiro | 01-01-2012 at 14:30
Procuro o me padrinho, Fernando de Oliveira Barroso retornado vindo de Angola na altura da independencia, filho de D. Angelina Oliveira Barroso de Entre-os-Rios. Celestino Dias
Posted by: celestino dias | 01-01-2012 at 10:42
Para os interessados, um excelente livro sobre a Ponte Aérea de 1975, acabado de sair:
"SOS Angola - Os dias da Ponte Aérea"
http://www.facebook.com/pages/SOS-Angola-Os-Dias-da-Ponte-A%C3%A9rea/189205341148393
Posted by: Helder Santos | 06-09-2011 at 13:20
É muito importante, voltar na sua terra natal, á muito espaço em Angola, para a colher os filhos da terra.
um a abraço!
Posted by: Francisco de Olveira Zeca | 10-08-2011 at 19:09
Olá meu nome é Sergio Marcelos Dos Santos.
Perdi meu pai em 1975 em Moçambique i foi-lhe tirado quando ele tentou
para me levar com ele para Portugal
Eu nasci em 1974, 04 de Maio, como eles dizem o nome do meu pai verdadeiro é Marcelos
DOS SANTOS, meu nome é mathers ROSA OU ROZITA RENESTO minguar.
Eu nasci em ALTO-MAR, quando ele usa para ser cidade de Lourenço Marques, a minha mãe
agora ela está morta e eu não tenho família e agora um que pode me ajudar a encontrar o meu
pai i ir para todos os sites à procura do meu pai e ainda não obtive qualquer
resposta até agora eu fui à procura dele para aproximadly 35 anos e nada.
por favor se alguém lê esta massagem e se você tiver qualquer contato com Portugal TV,
POR FAVOR ME AJUDA SI TIVERES CONTACT COM A TV POR FAVOR
meu endereço de e-mail é: a.mackenzie74 hotmail.co.uk @ meu número é 0754 788 2605 i
viver em LONDRES
Muito obrigado por ler minhas tristezas ....
Postado por: SERGIO Marcelos DOS SANTOS
Posted by: SERGIO MARCELOS DOS SANTOS | 28-07-2011 at 18:55
hello my name is Sergio Marcelos Dos Santos .
i have lost my father in 1975 in Mozambique i was taken from him when he tried to take me with him to Portugal
i was born in 1974 04 of May , as they say my real father's name is MARCELOS DOS SANTOS, my mathers name is ROSA OR ROZITA RENESTO WANE.
I was born in ALTO-MAR when it use to be City of Lourenco Marques, my mother now she's dead and i have no family and now one that can help me find my father i go to every website looking for my father and still not getting any reply so far i have been looking for him for aproximadly 35 yrs and nothing .
please if anyone reads this massage and if you have any contact with portugal TV's PLEASE HELP ME PLEASE
my email address is : [email protected] my number is 0754 788 2605 i live in LONDON
Many thanks for reading my sorrows....
Posted by: SERGIO MARCELOS DOS SANTOS | 28-07-2011 at 18:50
Sou Olinda Cavadinha Lopes da Costa nasci em Lourenço Marques em 1950..Estudei no Colégio do Sagrado Coração de Maria (Aveiro)(lembro-me da Maria José Couceiro, da Mirelle, da Gracinda e uma outra irmã delas, tinham vindo do Congo). Voltei para Lço Marques para o Colégio D.António Barroso (sou do tempo da Paula Craveiro Lopes, Luisa Godinho Nogueira), cheguei a andar no Liceu D.Ana da Costa Portugal (do tempo da Teresa Pinto Coelho), depois fui para a África do Sul, para New English High School em Witbank (fui colega da Ana Rocha, da Maria João Casnova, dos irmãos Gonçalves, dos primos Dométrio (Jorge e Rogério...)da Carmen que mais tarde veio a casar com Dométrio( se a memória não me falha), do António Pina, enfim de muitos outros de que já não me lembro. Depois fui trabalhar para o Barclays, a seguir Banco Comercial de Angola, e em vindo 1974 vim viver (casada) para Vila Real. Se alguém está a ler agradeço que me escreva para o meu e-mail, ficarei muito feliz. [email protected] ... Repeti esta missiva pois dei conta do meu anterior email estar incorrecto
Posted by: Olinda Cavadinha Lopes da Costa | 01-07-2011 at 10:12
Li o depoimento do sr.João Paulo da Silva Coelho que me deixou estarrecido com o que ele escreveu.
Então Salazar "foi o que teve menos culpa só teve culpa numa coisa foi quando criou a moeda para as colónias aí sim teve culpa porque criou uma moeda para cada colónia, mas ele fez isto com boa intenção fixar lá os portugueses para faser das colónias futuras nações. Mas mal pensava ele que estava a cortar as pernas dos portugueses. Porque se o escudo fosse o mesmo Portugal hoje era mais rico ...
O senhor nasceu em stp (?), mas eu nasci em Luanda. Como era o seu relacionamento com os negros? Era de igual para igual? Lá no stp existiam brancos serventes ou ajudantes de pedreiro? Qual era a diferença de salário de um motorista negro com um motorista branco? Sou branco filho de minhoto e benguelense, não participei em movimentos de Libertação e pense um pouco se todos eramos portugueses como ultimamente apregoava a politica salazarista. Sabe que eu por ter nascido em Angola era apelidado principalmente pelos portugueses "matarruanos" como branco de segunda e por ser filho de uma senhora natural de Benguela era apelidado de cabrito. Está esquecido? Os portugueses foram os principais racistas durante a colonização quer contra os negros como contra os brancos de segunda, cabritos e mulatos.
Não diga mais asneiras e para terminar se Portugal tivesse, quando da tomada daqueles territórios, implantado uma politica de igualdades talvez não tivesse aflorado tanto ódio daqueles que tiveram sua terras invadidas por indivíduos brancos e submemetidos a regime de semi-escravidão. Caro joão Paulo, preferi vir para o Brasil em voo direto de Luanda para São Paulo com recursos próprios do submeter-me aos preconceitos de gente que viveu sempre agarrada às tetas da vaca (Portugal)enquanto elas tinham leite para extrair (Angola).
Luís Martins Soares
Posted by: Luis Martins Saores | 16-06-2011 at 22:42
Rosalva Fonseca , nasci na Bela Vista Huambo , actual Katchiungo , Aproveito o Blogg para divulgar o XX Almoço / Convivio de todos os Belavistenses e Antigos Alunos do Colegio Teresiano da Bela Vista .. SE nasceste , viveste ou estudaste na Bela Vista ,, Junta-te a nós dia 11 de Junho em Peniche . Para te inscreveres contacta Rosalva Fonseca telf. 939398160 [email protected] ..Não Faltes!!
Posted by: Rosalva Fonseca | 22-03-2011 at 23:13
procuro minha madrinha Emilia Grade. Morava em Luanda Angola, Bº Miramar, Rua António Enes, junto a Pedreira. O Marido chamava-se Raúl Grade, trabalhador do Porto e Caminhos de Ferro, falecido em 1973 em Luanda.
Quem tiver alguma informação pode enviar uma Mensagem para: [email protected]
Posted by: alda rosa | 28-01-2011 at 20:29
Sou Olinda Cavadinha Lopes da Costa nasci em Lourenço Marques em 1950..Estudei no Colégio do Sagrado Coração de Maria (Aveiro)(lembro-me da Maria José Couceiro, da Mirelle, da Gracinda e uma outra irmã delas, tinham vindo do Congo). Voltei para Lço Marques para o Colégio D.António Barroso (sou do tempo da Paula Craveiro Lopes, Luisa Godinho), cheguei a andar no Liceu D.Ana da Costa Portugal, depois fui para a África do Sul, para New English High School em Witbank (fui colega da Ana Rocha, da Maria João Casnova, dos irmãos Gonaçalves, dos primos Dométrio (jorge e ...)da Carmen que mais tarde veio a casar com Dométrio( se a memória não me falha), do António Pina, enfim de muitos outros de que já não me lembro. Depois fui trabalhar para o Barclays, a seguir Banco Comercial de Angola, e em vindo 1974 vim viver (casada) para Vila Real. Se alguém está a ler agradeço que me escreva para o meu e-mail, ficarei muito feliz. [email protected] ... até sempre.
Posted by: OLinda Cavadinha L Costa | 11-01-2010 at 03:04
Sou filho de retornados de Luanda e só quando eles me explicaram o ponto de vista deles é que eu ouvi uma opinião negativa acerca do 25 de Abril. Daí até formar a minha própria opinião, hoje negativíssima, foi um passo gradual ao longo dos anos. A pedido de minha mãe gostaria de usar este meio para contactar algum membro da família Mota Veiga, que morou na Gabela aquando os meus pais là moraram. O meu mail é [email protected]. O meu pai era funcionário no Banco de angola e a minha mãe modista. Fico à espera.
Posted by: Daniel Santos | 26-05-2009 at 22:23
Nasci e fui criado em Lourenco Marques de onde sai rumo a Portugal em 1975; nao me adaptei e nao suportava a descriminacao, peguei nas malas rumo aos Estados Unidos da America aonde cheguei em abril de 1978. aqui estou no estado de New Nersey. tenho muitas memorias da minha cidade natal que espero visitar em 2010. um abraco a todos os coca colas. Joao Manuel Cerqueira da Silva
Posted by: joao silva | 07-04-2009 at 02:14
Nasci em stp e principe em 1965 eu e os meus dois irmãos meu pai alentejano e minha mãe algarvia. Tambem senti na pele o sentido pejorativo da palavra retornado. Meu pai como repatriádo também teve que começar uma vida completamente do zero, foram 20 anos de África que ficaram para trás sem contar para nada nem para a reforma conta. Meu pai não foi dos mais infelizes daqueles que não trouxeram nada conseguiu ainda tazer alguma coisa para iniciar uma nova vida. Porque em stp não houve uma guerra como nas outras colónias, houve uma pequena revolução que práticamente nâo passou disso. Mas mesmo assim houve muita gente que veio com uma mão á frente e outra a trás. Cá na metrópole qundo iniciei a minha vida escolar a palavra retornado não a sentia com muito desagrado talvez porque nessa altura tinha 8 anos e então não lhe desse o verdadeiro sentido, aonde eu ia aos "arames" era quando me envolvia numa zaragata com os meus colegas de escola e me diziam: "pensas que vens fazer aqui o mesmo que fazias lá aos pretos".Nesta sitiação é que eu ficava mesmo mal e então respondia de qualquer maneira. Porque em stp nunca senti rácismo eu andava na escola com colegas brancos e pretos os empregados de balcão da loja do meu pai eram brancos e pretos e assim como os do escritório, na farmácia o enfermeiro era preto o director do hospital central era preto nunca senti o minimo de racismo senti racismo quando cheguei á metrópole aí sim senti uma serta diferença. E ainda hoje muitas veses somos apelidados como brancos de segunda já com um sentido menos pejorativo, mas vão dizendo. Eu também acho que fomos vendidos para mim o grande culpado disto foi o senhor Mário Soares que fez uma descolonisação de envergonhar o mundo o titulo que eu dou ao seu feito que o tem tanto vangloriado foi (SALVE-SE QUEM PODER). Realmente foi uma vergonha. A segunda pessoa que eu culpo mas menos e que tanto falam mal foi o SALAZAR, este foi o que teve menos culpa só teve culpa numa coisa foi quando criou a moeda para as colónias aí sim teve culpa porque criou uma moeda para cada colónia, mas ele fez isto com boa intenção fixar lá os portugueses para faser das colónias futuras nações. Mas mal pensava ele que estava a cortar as pernas dos portugueses. Porque se o escudo fosse o mesmo portugal hoje era mais rico, os portugueses que vieram sem nada tinham feito um pé de meia .
Posted by: João Paulo da Silva Coelho | 02-03-2009 at 23:59
pedem comentários e depois não acrescentam aos outros?Escrevi alguma coisa errada ou mentiras?
Posted by: Mamé | 07-01-2009 at 23:23
o meu pai,avó,tios e primos nasceram em angola, na cidade de nova lisboa e tal como voces vieram para portugal com o "rotulo" de retornados ,nome que detesto,chegaram sem conhecer o país, e a familia separou-se, uns ficaram pelo norte, minha avó em lisboa o meu pai foi ter com a familia do meu avô nos açores. por causa desta situaçao a familia separou-se e a minha avó morreu sem nunca mais voltar a sua terra natal
Posted by: marta | 18-05-2006 at 14:40
Depois de ter vivido e trabalhado em Angola 18 anos e 7 meses
no dia 6 de Setembro de 1975 abandonava Angola com a esposa e três filhos, em portugal
na terra que me tinha visto nascer senti-me um estrangeiro, com uma marca
de retornado, havia que partir desta vez para o Canada.
Vencemos outra vez a experiência e a vontade de vencer abriu as portas
para uma integração total neste Pais.
A Portugal nunca fui ainda que tive-se ganho na companhia onde trabalho
uma viagem com estadia paga no Algarve pôr três semanas, porque ha ainda
figuras como o Mário Soares que contribuirão para aquilo que chamávamos venderam-nos.
Posted by: Joao Faria | 14-05-2005 at 10:57
Os meus avós vieram de Angola no 25 de Abril, vieram recordando os momentos felizes que lá passaram. A minha mãe e o meu tio eram muito pequenos por isso não se recordam da desgraça que lá ocurreu.
Toda a gente recusava alugar 1 quarto aos retornados, por isso os meus avós tiveram de viver numa casa que estava desabitada.
Eu penso muitas vezes "O que é que eu fazia se me acontecesse isso?"
E é tudo o que eu tenho a dizer sobre os retornados.
Posted by: Ana Rita | 27-04-2005 at 14:16
Sou retornado mas vivo fora de Portugal desde ja 25 anos. Naci e vivi em Angola os meus anos mais bonitos os meus pais pasaram muitos problemas ao chegar a Portugal e eu tambem, mas a maior tisteza e o que dizes fomos vendidos.....
Agora 26 anos depois comecei por iniciativa propia a contatarme com a gente em Angola pois nao vou a morrer com os deseijos da minha terra, ha muitas oportunidades para ver se posso voltar á terra que me viu nacer e por o menos verla outra ves ou tentar as saudades sao tantas esperamos e vemos que se pode fazer.
Desculpem o meu Portugues mas tenho tantos anos fora de de territorio Portugués que ja quase me esqueci de todo so agora comecei a falar outra ves.
Um abrazo a todos o meu correio e [email protected]
UM ANGOLANO DE ALMA E CORACAO
Posted by: Luis Filipe Dos Santos | 28-02-2005 at 23:22
eu nasci na bonita cidade de lourenco marques e vivi no alto maie(nao sei se esta bem escrito)o meu pai Eduardo Armando Cadavez foi militar e depois trabalhou nos caminhos de ferro de lourenco marques a minha mae Rita Ferreira Marques Rodrigues era dona de casa ,ambos ja faleceram e eu ainda hoje recordo a tristesa e saudade que sentiam quando falava-se de mocambique eu nao consigo perdoar aos que para beneficio proprio venderam-nos e ao fim de20 anos em portugal deixei esse pais que tao mal tratou os meus pais os traumas que eu passei na escola porque dizia capim,qinhenta e maxibombo, gostava de ver lourenco marques outra vez para poder chorar todas as coisas mas que tivemos que viver .um abraco a todos bem hajam
Paulo Cadavez
Posted by: paulo cadavez | 15-01-2005 at 16:06