Pôr fim imediato às Guerras Coloniais e conquistar as liberdades políticas é uma exigência nacional
A Comissão Executiva do Comité Central do PCP
Março de 1974
A rebelião militar de 16 de Março veio confirmar a aprofundar a crise política do regime fascista e colonialista, uma das maiores de sempre. O facto de ela ter eclodido poucos dias depois do «veredicto» pedido por M. Caetano às marionetas da Assembleia Nacional, e logo no dia seguinte à chamada manifestação de lealdade dos generais, é mais uma demonstração que tais «veredictos» e «manifestações» em nada correspondem ao sentir do País nem ao sentir das forças armadas.
O que o País anseia é pôr fim às guerras coloniais, é mudar o regime, é conquistar as liberdades democráticas.
O GOVERNO ESTÁ AO SERVIÇO EXCLUSIVO DOS MONOPÓLIOS
As guerras coloniais absorvem mais de 40% de todas as receitas do Estado, corroem todos os aspectos da vida nacional, são um dos principais factores da dependência do País, do seu atraso e do constante aumento do custo de vida. A situação económica continua a gravar-se. O governo mostra-se incapaz de sustar a inflação e a subida de preços. Estimativas não oficiais dizem que no mês de Janeiro os preços subiram 20%! Não há dia em que não se verifiquem subidas de preços, e já estão na forja aumentos no pão, nos telefones, no tabaco, etc.
M. Caetano disse em 15-3 que «teremos de nos resignar ainda a ver aumentar alguns preços». Apesar disso, ele defende que os trabalhadores não devem «exigir novos aumentos» e recomenda «calma aos consumidores».
Ele mentiu ao dizer que foi a «crise mundial de energia que repentinamente veio desorientar todos os preços», pois a inflação no País é muito anterior a essa crise, e esconde a especulação fomentada pelo próprio governo, que cobra mais de 5$00 por cada litro de gasolina que se vende no País! Quanto aos lucros escandalosos dos monopolistas, que chegam a dobrar e triplicar num só ano, quanto a isso, M. Caetano nada disse.
PÔR FIM ÀS GUERRAS COLONIAIS É UM IMPERATIVO NACIONAL
NOTA:
A situação hoje será diferente, para melhor?
Que me interessa poder gritar se ninguém me ouve?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
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