Professores da Universidade Independente são acusados de vender títulos académicos falsos no Brasil
Texto: Patrícia Fonseca – Revista Visão
A SIDES, empresa proprietária da Universidade Independente, apresentou uma queixa-crime contra sete professores da Universidade Independente, acusando-os de falsificação de títulos académicos, que venderiam no Brasil, com o apoio de um intermediário português, residente naquele país, e que enfrenta já um processo por burlas, envolvendo diplomas da Universidade de Coimbra. A VISÃO teve acesso a vários e-mails trocados entre uma aluna brasileira e um professor, que leccionava na Universidade Independente e na Universidade de Coimbra, em que se combinam as formas de pagamento de um mestrado em “Aconselhamento Psicológico e Desenvolvimento de Carreira”.
A Universidade Independente explicou à aluna, a 3 de Abril deste ano, que esse mestrado, embora aprovado, nunca entrou em funcionamento, e que, na universidade, não existe nenhum registo com o seu nome. A aluna, que pagou 1 730 euros ao dito professor – a VISÃO viu a cópia do recibo verde, em seu nome – está desesperada.
Na sua posse, tem apenas um papel, com os logótipos das universidades de Coimbra e da State University de Nova Iorque, datado de 19 de Janeiro de 2007, com o que garante ser a assinatura do professor, e onde se pode ler que este atesta, «sob compromisso de honra, na sua qualidade de orientador», que a aluna da Universidade Estadual de Feira de Santana, Bahia, «apresentou e defendeu com êxito a tese de Mestrado, na Universidade Independente de Lisboa (...). No final, o júri atribui-lhe a classificação de Aprovada com Muito Bom por unanimidade». No entanto, este papel de nada vale junto do Ministério da Educação brasileiro.
No último e-mail trocado com o professor, a 2 de Abril, este assegura-lhe que, apesar das «mudanças» na Universidade Independente, em breve resolverá «de outro modo, o seu problema»...
Investigação: Os negócios secretos da Independente
Um conde alemão é o novo accionista maioritário da SIDES. As acções da empresa mudaram três vezes de mãos, em apenas dois meses. A VISÃO desta semana levanta a ponta do véu de algumas das queixas que estarão a ser investigadas, desde o início da semana, pela procuradora Cândida Almeida.
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