Sócrates a correr em Moscovo e os socialistas a serem corridos da Europa

À Esquina da Memória
João Coito
Foi um espectáculo!
Cunhal ficaria siderado se tivesse ainda visto a Praça dos seus amores esvaziada de gente só para que o Primeiro-Ministro socialista de Portugal pudesse fazer o seu «jogging» habitual nas capitais do Mundo.
Entretanto, os socialistas vão sendo corridos da Europa moderna: maus presságios na vizinha Espanha, consideráveis ameaças na Itália, derrota fragorosa em França, onde, por força de alguns, se criou o «sociazysmo» (socialismo + sarcozysmo).
Kouchner e Besson, duas colunas do templo do PS francês, vão ser ministros de Sarkozyl...
O Primeiro-Ministro português cometeu em Moscovo um feito singular.
Aquela praça onde nós estávamos habituados a ver os soldados russos a marchar em passo de ganso, os pesados veículos com temíveis foguetões de ogivas nucleares, os senhores soviéticos agasalhados e enchapelados a erguer as mãos enluvadas à multidão, os clamores e hossanas ao sistema que ia salvar o Mundo e levar a todos os povos a felicidade, transformou-se no espaço de uma manhã, a manhã mais doce e primaveril de que Moscovo gozou, no cenário em que o nosso Primeiro-Ministro, rodeado de seguranças ágeis a correr, exibiu o seu «jogguing» habitual nas visitas que vem fazendo ao redor do Mundo.
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