ten-coronel Manuel Bernardo Gondola
“As pessoas incentivam e nos dizem que temos que fazer eleições, mas isso é muito bom, mas essa pessoa do qual estamos a falar, essa pessoa que nos está criar tantos problemas ela nunca foi eleita. O Presidente Tshisekedi da República democrática do Congo nunca foi eleito; as duas vezes não foi eleito e… vocês também sabem disso! Diferença é que vocês falam nos corredores e eu estou a vos falar abertamente, nem importa me pedirem aqui provas a verdade é que vocês sabem que o Presidente Tshisekedi da República Democrática do Congo nunca foi eleito nas duas vezes! ”.
Estas foram as palavras do Paul Kagamé, Presidente do Ruanda em uma “Cerimónia reservad”a para os Membros do Corpo diplomático no Ruanda.
Paul Kagamé desta vez “não mediu palavras” e… nós temos aqui vários pontos por 'analisar', porquê esta “declarações” são muito sérias: primeiro é que do ponto de vista interno lá no Congo-Záire estas “declarações” de Kagamé faz com que o Presidente Tshisekedí 'perca autoridade' diante do seu povo; segundo era importante ‘nos próximos dias' o Presidente Tshisekedí responder essas “acusações” quê são muito sérias, são tão sérias porquê estas “declarações” não só…“envergonham” a própria África, porque… é um Chefe de Estado do Congo que está constantemente a dizer quê o Ruanda está a “patrocinar” grupos armados no seu país, depois é o Chefe de Estado do Ruanda a dizer quê… o Presidente do Congo que me está a acusar 'nunca foi eleito', logo é aqui o Presidente do Ruanda a tirar 'autoridade' das acusações ao Presidente Tshisekedí em sua defesa.
Repare, eu estava a dizer quê do ponto de vista da África, primeiro que “envergonha” a África; segundo que cria “desconforto” em outros países, porque repare se no Congo e… nós vimos que nas eleições do Congo, nas duas eleições tiveram várias manifestações contra os resultados, também no Ruanda tiveram manifestações, tanto que, no Ruanda “acusaram” o Presidente Kagamé de ter “afastado” os possíveis oponentes, ou seja, Candidatos que prosperavam chegar à Presidência, o Presidente Kagamé já está a governar o Ruanda há + de [20] anos.
O poder do Presidente Kagamé no Ruanda não é bem visto na comunidade internacional, o poder do Presidente do Congo também não é bem visto, no Congo sabe-se muito bem que a população 'não está feliz' com o Presidente Tshisekedí, no Ruanda o povo está dividido alguns querem-no no poder em função da história que Ruanda viveu e… outros não o querem.
Mas, como eu estava dizer, isso para África cria “desconforto” [suspeição] estamos aqui a olhar para esta confusão, em Angola em 20[22] também houve aquela confusão, quer dizer, os países africanos estão todos em “constantes complicações” em relação a resultados eleitorais e… essas “declarações” de Kagamé por ele ser um Presidente, uma “autoridade” tem muito + “validade” de que realmente tem acontecido muita “sujidade” nas eleições nos países africanos. É realmente uma “vergonha” para nós todos africanos e… também “reduz claramente” o poder do Presidente Tshisekedí e também claramente 'questionasse' ao próprio Presidente Kagamé em relação às eleições que ocorrem no seu próprio país.
Agora, do ponto de vista internacional, essas “acusações” do Presidente Kagamé reduzem as “acusações” do Congo que tem feito a Ruanda de invadir seu território, se não foi eleito! Logo, a comunidade internacional vai levar à sério as “declarações” de Paul Kagamé porque é um Presidente, por um, por outro lado, as “acusações” do Presidente Tshisekedí ao Presidente Kagamé “perdem” um pouquinho de peso na comunidade internacional, ou seja, isto mancha muito + a “reputação” e “autoridade” do Presidente Tshisekedí do que o próprio país.
Depois, claro, Kagamé ao dizer isso é uma “declaração” de que a guerra no Congo-Záire vai continuar entre o M23 e o Governo congolês, tanto que, a semana passada, ele já disse quê o Presidente Tshisekedí tinha que 'contactar' o M23 e não o Ruanda, logo ele ao dizer que Tshisekedí nunca foi eleito, está a dizer que não tem nada a ver com a guerra no Congo e… com o M23.
E… tem + parece quê o Ruanda “descobriu” no Kivu do Norte uma Bacia de petróleo, portanto, essas duas “declarações” dão continuidade à guerra no Congo. Contudo, o Presidente Tshisekedí precisa responder a essas acusações porquê têm a ver com sua “autoridade” e “legitimidade” enquanto Presidente do Congo-Záire.
Manuel Bernardo Gondola
Maputo, [18] de Janeiro, 20[25]
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