2004/05/04
...mas diz que não protagonizam desmandos.
O Porta-voz do partido Renamo, Fernando Mazanga, admitiu ontem implicitamente, em Maputo, a existência de homens armados no distrito de Marínguè, província de Sofala, mas disse que `não são as armas que fazem a guerra´, até porque, segundo ele, o capim, pedras e paus podem ser instrumentos de guerra. Disse que tais cidadãos são pacíficos e praticam agricultura e outras actividades para o seu sustento.
Mazanga, que reagia ao memorando atribuído ao Presidente da República, Joaquim Chissano, supostamente entregue o mês passado aos bispos da Igreja Católica sobre os desmandos protagonizados por homens armados a mando de Afonso Dhlakama, líder da Renamo, na província central de Sofala, foi bastante evasivo para confirmar a existência de homens armados pertencentes à Renamo, mas fez transparecer a existência destes artefactos de guerra nas mãos dos antigos guerrilheiros.
O memorando atribuído a Chissano aponta, entre vários desmandos, que nos distritos de Chibabava, Cheringoma, Muanza, Marromeu, Caia, Búzi, o líder da Renamo afirmou que caso as populações sintam que os administradores, chefes de postos administrativos e polícias cometem abusos devem enviar alguém á Beira para lhe telefonar, que ele mandaria a sua segurança para os prender.
Aponta ainda, o referido memorando, que em Muanza, na localidade de Situculo, Dhlakama deu ordens ao presidente da localidade para abandonar aquela zona no espaço de uma semana e incitou a população para que caso ele não saia corra com ele.
Sobre estes alegados desmandos, Afonso Dhlakama diz no seu documento, ontem distribuído à comunicação social, que a Renamo abstém-se de comentar as afirmações atribuídas a Chissano, `por estarem desprovidas de provas e fundamentos, porque no nosso entender os administradores, os chefes e polícias não são investidos para cometerem abusos. Se o fazem, e muitas vezes contra sua vontade, são orientados nesse sentido pelas estruturas do partido Frelimo´.
Num outro desenvolvimento da conferência concedida por Fernando Mazanga, este diz que quando se aproximam os actos eleitorais a Frelimo `cria histórias´ para alegadamente desestabilizar a Renamo e o seu líder...
fonte: NOTÍCIAS