Tudo indica que a segunda fuga de Anibalzinho da famigerada cadeia de máxima segurança foi orquestrada no seio do Ministério do Interior, senão por pessoas nele infiltradas.
A matrícula MMI-13-52, usada para o Mazda vermelho que transportou Aníbal António dos Santos Júnior para nova viagem incerta, é uma réplica da pertencente à viatura Toyota Camry, de afectação pessoal
ao assessor jurídico do ministério do interior, António Eugénio Balate.
Este causídico é docente na Faculdade de Direito da Universidade Eduardo Mondlane e, por acaso, defende o cidadão Nyimpine Chissano no processo deste contra o jornalista Marcelo Mosse. Contactado pelo SAVANA, Balate diz que a falsificação da chapa da sua matrícula enquadra-se na tentativa de sujar o seu nome. Quem lhe montou a trama? Eis a chave para se perseguir o rasto do cabecilha do bárbaro assassinato de Carlos Cardoso.
Balate não consegue explicar como é que a matrícula do seu carro terá sido utilizada numa conspiração que põe em causa a integridade e credibilidade da sua própria instituição, incluindo todos os seus dirigentes. Afirmou apenas só os que fizeram uso da matrícula de inscrição da sua viatura é que deveriam responder a essa pergunta.
`Eles tudo fazem para me ligarem a muita sujeira´, disse. `Mas não estou preocupado, porque o tempo vai lhes julgar´.
Lembre-se que no dia 10 de Maio, um dia depois da segunda saída de Anibalzinho da cadeia da BO, estava prevista uma acareação entre o fugitivo assassino e um dos seus parceiros no crime da morte de Carlos Cardoso, Momad Assif Abdul Satar (Nini), soube o SAVANA de uma fonte da Procuradoria Geral da República (PGR).
A acareação era na sequência de declarações prestadas pelos dois, no âmbito de diligências que estão a ser feitas por aquela instância da magistratura do Ministério Público sobre o processo autónomo número
188/2002, aberto em ligação com o julgamento do "Caso Cardoso".
Savana - 2004/05/21