CORREIO DA MANHÃ - 2004-06-14 00:00:00
Património: Ilha de Moçambique
A fortaleza de São Sebastião, na Ilha de Moçambique, vai ser recuperada graças a um projecto da UNESCO financiado pela cooperação japonesa e pela União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA).
d.r.
A fortaleza foi construída para defender o caminho marítimo para a Índia
O projecto está orçado em 1,6 milhões de dólares, sendo um milhão financiado pela cooperação japonesa e 600 mil (500 mil euros) pela UCCLA que assina hoje, em Lisboa, o contrato com a UNESCO.
Em declarações à agência Lusa, o secretário-geral da UCCLA, Paulo Miraldo, afirmou que, além de permitir a reconstrução da fortaleza, o projecto prevê cumprir o objectivo de “desenvolver a economia da ilha e assim beneficiar a população local”. “A reconstrução será um exemplo a ser seguido até pelas empresas privadas, uma vez que vai permitir o desenvolvimento de infra-estruturas como as do turismo se os empresários quiserem aproveitar os seu benefícios”, frisou.
O responsável realçou que o “novo dinamismo” da UCCLA foi impulsionado pelo presidente da Comissão Executiva, Pedro Santana Lopes, também presidente da Câmara de Lisboa, tendo como “orientação de princípio” garantir que “os projectos tenham algum significado para as cidades e para a população”. Neste sentido, o objectivo da UCCLA é “promover o desenvolvimento sustentado” e, de uma forma mais abrangente, “a língua portuguesa”.
Paulo Miraldo adiantou que a instituição pretende ter, “num futuro próximo”, capacidade para realizar projectos próprios, recorrendo a fundos comunitários, e continuar a apostar na cooperação, quer entre Estados, quer com diferentes instituições.
Construída em 1507, a fortaleza foi a primeira fortificação portuguesa no Índico para assegurar a defesa do caminho marítimo para a Índia. A Ilha de Moçambique, Património Mundial da Humanidade desde 1991, situa-se no Norte do país, tem apenas cerca de um quilómetro quadrado e 12 mil habitantes, cujas principais actividades são a agricultura e a pesca.