A DUAS SEMANAS DA CAMPANHA ELEITORAL
Quando faltam duas semanas para o início da campanha eleitoral, aumenta a azáfama entre os partidos, coligações e os candidatos que irão disputar as terceiras eleições gerais marcadas para os dias 1 e 2 de Dezembro próximo no país.
JOSÉ CHITULA
Depois de Armando Guebuza (Frelimo), Yacub Sibindy (PIMO) e Afonso Dhlakama (Renamo-União Eleitoral), ontem foi a vez de Joaquim Nhota do Padelimo a apresentar a sua candidatura às eleições presidenciais ao Conselho Constitucional.
Com o registo de Nhota que se apresentou ao CC com 20 mil assinaturas, subiu para 4 o número de candidatos que até este momento manifestaram formalmente a intenção de se candidatar às eleições presidenciais de 2004. A Lei Eleitoral impõe o mínimo de 10 mil assinaturas para qualquer cidadão que
preencha os requisitos para se candidatar à presidência da República. Sem grande expressão política, o Padelimo é dos partidos emergentes sem assento na Assembleia da República e que resulta à semelhança de muitos outros do novo xadrez político implantado em Moçambique.
Espera-se que o número de candidatos às presidenciais aumente tendo em conta que líderes de outras formações políticas, como Raul Domingos, do Partido Para a Paz, Democracia e Desenvolvimento (PDD), Carlos Reis, da Frente Unida para a Mudança e Boa Governação (MGB) já manifestaram publicamente a intenção de se candidatar à “Ponta Vermelha”.
Raul Domingos regista-se hoje?
De fonte ligada ao PDD, o IMPARCIAL teve a indicação de que, em princípio, Raul Domingos iria apresentar hoje (sextafeira) a sua candidatura ao Conselho Constitucional, tudo dependendo do encontro da cúpula daquela organização que estava reunida até ao final da tarde. O prazo limite de apresentação das candidaturas ao Conselho Constitucional termina amanhã, sábado, dia 2 de Outubro de 2004, enquanto que o registo para as eleições legislativas se prolonga até ao proximo dia 7 de
Outubro.
Enquanto oficialmente não começa a campanha eleitoral cujo início está marcado para o próximo dia 17 de Outubro, no terreno os concorrentes às eleições vão ensaiando as suas máquinas eleitorais procurando conquistar o eleitorado.
Frelimo e Guebuza prevelegiados na TVM
No meio desta maratona, o partido Frelimo e o seu candidato presidencial Armando Guebuza têm-se aproveitado principalmente dos meios de comunicação controlados pelo Estado, como a Televisão de Moçambique e Rádio Moçambique para se destacar em termos de propaganda política. Ainda não está
claro se os moçambicanos no estrangeiro vão ou não poder participar na votação de 1 e 2 de Dezembro tendo em conta que o processo de recenseamento eleitoral na diáspora foi um auntêntico “fiasco”. Dos 300 mil eleitores que estavam previstos para serem inscritas no estrangeiro, pouco mais de 30 mil
pessoas teriam sido escritas num processo marcado por uma acentuada desorganização e que envolveu cerca de 400 mil dólares norte americanos. Espera-se que estas eleições sejam as mais disputadas de sempre.
IMPARCIAL - 01.10.2004