Cela de Nini “visitada”
A cela do jovem das quantias “irrisórias”, no caso Carlos Cardoso, foi “visitada” na última quinta-feira por uma equipa do Ministério do Interior, que passou a “pente fino” com o objectivo de localizar o equipamento informático que permite a Momad Assif Satar, vulgo Nini, a estar em “on line”, segundo o endereço electrónico constante na sua última carta aberta dirigida ao PGR, Joaquim Madeira.
De acordo com as nossas fontes, a busca foi infrutífera. Uma fonte da família Satar assegurou ao IMPARCIAL que o endereço electrónico de Nini existe há mais de cinco anos, sendo, portanto, absurdo que só agora, que ele tornou público, haja interesse de localizar o equipamento informático que, eventualmente, pode não estar com ele.
Aliás, com o avanço de tecnologia, mesmo o telefone celular é bastante suficiente para se estar em “on line”. Nini é um dos réus do caso “Carlos Cardoso” que insiste com a tese de que os autores morais no assassinato do ex-editor do Metical continuam fora das celas, persistindo com as acusações de que o primogénito do PR, Nyimpine Chissano, é um dos prováveis implicados. Sustenta as suas acusações com as declarações tetubiantes de Nyimpine, na sessão de julgamento do caso “Carlos Cardoso”, na tenda da “BO” em 2002, a questão dos cheques, passados pelo primogénito de Chissano cujo valor facial (no global) rondava a mais de um bilião de meticais que teriam sido usados para pagar os autores materiais do crime (executantes) e, sobretudo, a “confissão” de Cândida Cossa, na procuradoria da cidade de Maputo, de que teria sido coagida pelo “empresário de sucesso” - segundo o seu pai - a mentir numa sessão de julgamento de modo a favorecer o filho do PR.
Nini trava uma batalha aberta com o PGR, insinuando, não raras vezes, que a instituição liderada por Joaquim Madeira manifesta a falta de vontade de levar avante o processo autónomo, aberto há mais de dois anos, no caso “Carlos Cardoso” em que Nyimpine Chissano é um dos principais arguidos.
DA REDACÇÃO - IMPARCIAL - 27.09.2004