MINISTRA DA MULHER E DA COORDENAÇÃO DA ACÇÃO SOCIAL
Virgínia Matabele, nota (1)
Em momento em que os movimentos feministas assumem visível protagonismo, esperava-se muito mais de Virgínia Matabele. A sua estratégia de promoção da mulher numa sociedade em que predomina o modelo ando-crático tem sido, sem margens de dúvidas, visivelmente fraca. A lógica de seminários não tem surtido efeitos. Aliás, neste capítulo, diga-se em abono da verdade, Matabele e seus pares perdem de longe com as várias organizações da sociedade civil verdadeiramente empenhadas em lutar para
que a mulher se liberte do papel subalterno a que está votada.
No que concerne á Acção Social, o ministério de Matabele simplesmente baldou-se. Neste capítulo pouco se conhece do campo de acção do MMCAS. O suposto apoio à população vulnerável, tornou-se um meio de enriquecimento de quem devia velar pela melhoria da qualidade de vida dos mais carenciados. O Instituto de Acção Social, INAS, é palco de espectaculares episódios de corrupção desde a sede até às delegações provinciais. Sobre os reportados casos de corrupção no INAS a ministra não tugiu nem mugiu. Quem cala consente, diz um ditado da idade da humanidade.
Espectacular é a forma como o MMCAS está ausente de campos que se acredita estarem dentro do seu raio de acção. A título de exemplo, não se justifica que o combate à toxicodependência não conste da agenda ministerial de Virgínia Matabele. Também, seria pedir demais a quem acredita que o referido combate esgota-se, resgatando um familiar directo das malhas da droga.
Mas por uma questão de cavalheirismo, Virgínia Matabele fica com a nota 1. Só por uma questão de cavalheirismo. Porque, de facto, merece muito menos. CM
IMPARCIAL - 21.09.2004