MINISTRO DOS ANTIGOS COMBATENTES - António Hama Thai, nota ( 1)
O ministério foi criado por pressão dos antigos combatentes agastados com o seu lugar subalterno num país que ajudaram a parir. Foi recebido, pelos antigos combatentes, como uma espécie de panaceia. Mas o tempo encarregou-se de frustrar os sorrisos de esperança de quem investiu a juventude lutando pela pátria. Hama Thai, ridicularizou-se porque não conseguiu satisfazer as promessas que havia feito ao antigos combatentes da classe plebeia. Muitos foram os antigos combatentes que remeteram projectos, acreditando que António Hama Thai e seu pares facilitariam os respectivos financiamentos.
Qual quê? Muitos antigos libertados da pátria continuam a minguar, só consolados pela nipa.
Os seus filhos mal conseguem acesso a escolas condignas. Enquanto isso, uma falange de antigos combatentes ostenta riqueza a olhos vistos e de forma escandalosa.
Um deles gaba-se de ter enriquecido criando patos num cenário em que a pensão dos antigos combatentes mal chega para comprar um pato mensalmente. Sem margens de dúvidas, os antigos combatentes são um campo fértil para quem deseja estudar o fenómeno de luta de classes na sociedade moçambicana.
De um lado, uma maioria que chora pelo pão que não tem e merece e, de outro, uma minoria que tem pães em demasia. Hama Thai não tem sabido comportar-se como antigo combatente.
Aliás, somos da opinião de que o Ministério dos Antigos Combatentes devia ser extinto. Nem que seja só pelo facto de não estar a cumprir com os objectivos que nortearam a sua criação.
Mas porque estamos em vésperas do 25 de Setembro, o ministro Hama Thai fica com a nota 1. Só por isso. Porque de facto merecia menos. Que o digam os seus camaradas de armas que esta semana marcharam por algumas artérias de Maputo a exigir justiça.
(Só para facilitar a compreensão, a nossa escala vai de 0 a 10).
CM - IMPARCIAL - 24.09.2004