As direcções de algumas escolas da capital do país recorerram a métodos de coacção, como forma de obrigarem os seus estudantes a participarem do comício dirigido pelo Chefe de Estado, Joaquim Chissano, no último Sábado, no Estádio da Machava.
Vários estudantes contactados pelo IMPARCIAL mostraram-se desapontados pelo facto de, as direcções das respectivas escolas terem recorrido a « métodos baixos » para que eles estivessem presente nas cerimónias centrais da comemoração do 40º aniversário do início da Luta Armada que tiveram lugar no Estádio da Machava.
Segundo disse, ao nosso jornal, na condição de anonimato, um grupo de estudantes da Escola Comercial de Maputo, a participação no supracitado acontecimento era de carácter obrigatório.
Disseram as nossas fontes que a direcção informou que o dia 25 de Setembro, Sábado, seria considerado um dia lectivo normal e os faltosos seriam penalizados da mesma forma que se faz a um estudante que não se apresenta ás aulas.contuido, os estudantes acreditam que a posição da direcção da escola violou, de forma grave, os seus direitos.« Não se pode obrigar-nos a participar de um programa que não consta do plano pedagógico », disseram os estudantes visivelmente revoltados.
A revolta dos estudantes é maior pelo facto de a direcção da escola não lhes ter providenciado lanches como havia prometido. Segundo eles, muitos foram os estudantes que abandonaram o Estádio da Machava, antes do fim da cerimónia, incapazes de resistir à fome que os atormentava.
O cenário não foi diferente na Escola Josina Machel onde, a contra-gosto, estudantes que foram obrigados a participar das cerimónias centrais do 40º aniversário do início da Luta Armada.
Em contacto com o IMPARCIAL, um estudante do referido estabelecimento de ensino disse, na óbvia condição de anonimatio, que apesar de respeitar o significado da data não estava nos seus planos ir ao vale do infulene.« Não tive escolha, ou ia ou seria penalizado».
Comentário
Não se justifica o recurso a métodos pidescos só para ter o Estádio da Machava cheio. Parece que anda aí gente com saudade do leviatânico monopartidarismo. Gente com saudades de passar por cima das liberdades de outrém. Gente que continua a acreditar que a democracia é apanágio das sociedades ocidentais. CM
IMPARCIAL - 27.09.2004