HOJE NO CONSELHO CONSTITUCIONAL
Afonso Marceta Macacho Dhlakama formaliza hoje no Conselho Constitucional a sua candidatura para as eleições presidenciais projectadas para princípios de Dezembro próximo.
Dhlakama, que concorre pela coligação Renamo-UE será o terceiro pretendente à Ponta Vermelha que se regista naquele órgão, depois de Armando Emílio Guebuza, pela Frelimo e Yaqub Sibindy, pelo partido Independente de Moçambique.
Outros candidatos poderão formalizar as suas intenções no CC, num processo que termina no próximo dia 2 de Outubro, como são os casos de Raul Domingos, pelo Partido para o Desenvolvimento Democrático e o cómico Neves Serrano, que ontem, mesmo, num fórum que debatia questões ligadas ao
ambiente eleitoral, anunciou a sua intenção de entrar na corrida para a substituição de Joaquim Chissano, na Presidência da República.
Oficialmente, a campanha eleitoral, arranca no país, no próximo dia 17 de Outubro, dia comemorativo
para a Renamo-UE, que assinala a passagem do 25ª aniversário da morte de André Matade Matsangaíssa, o primeiro líder da Resistência Nacional Moçambicana, que perdeu a vida na ex-Vila Paiva de Gorongosa, Sofala, em 1979, numa confrontação entre a guerrilha da Renamo e as extintas FAM/FPLM.
Desde então, as rédeas daquela organização estiveram nas mãos de Afonso Dhlakama, subscritor do Acordo Geral de Paz, em 1992 juntamente com Joaquim Chissano pela parte do executivo moçambicano.
Dois anos depois do AGP, Dhlakama entrou num embate eleitoral com Chissano, cuja vitória, oficialmente foi atribuída ao candidato da "maçaroca e tambor". Em 1999, o líder da "perdiz" volta a concorrer, num processo eleitoral polémico que foi desaguar no Tribunal Supremo, com os magistrados daquele órgão a confirmar a vitória de Chissano, com uma diferença de votos de 200 mil, mas com milhares de outros ignorados alegando-se vícios insanáveis.
Também no presente ano, o embate eleitoral( o terceiro na história de Moçambique), promete ser quente, pelo menos nas presidenciais, atendendo às precauções dos concorrentes, que muitos deles já se colocaram no terreno muito antes do início da campanha eleitoral. JF
IMPARCIAL - 29.09.2004