O AUTARCA - 03.09.2004
Negócios da CPMZ derrapam até 25%
Falume Chabane
A Companhia Pipeline Moçambique Zimbabwe (CPMZ) pode estar a experimentar neste momento a sua pior crise de sempre, depois de períodos de grande prosperidade, nomeadamente durante a altura da guerra no país.
Fonte da companhia disse recentemente ao nosso jornal que o volume de negócios da CPMZ neste momento baixou até 25 por cento, associando a queda a crise económica no Zimbabwe e o facto de com o fim da guerra em Moçambique ser possível escoar o combustível por camiões do Porto da Beira para os países do Interland.
A CPMZ está dotada de uma capacidade de bombagem de 2.500 litros de combustíveis por minuto – da Beira à Feruka (no Zimbabwe), numa extensão de cerca de 260 quilómetros.
Já houveram alturas em que a firma bombeava combustível para o Zimbabwe 24 horas dia, tendo a produção actual reduzido para cerca de seis horas dia, por falta de capacidade de importação por parte do seu cliente exclusivo, designadamente a NOCZIM.
A CPMZ iniciou as suas actividades por volta do ano 1958, altura em que a empresa celebrou um contrato de prestação de serviço em regime de exclusividade com a NOCZIM, empresa que actualmente deve somas avaliadas em milhões de dólares norte americanos.
Com vista a livrar-se dessa situação, a fonte referiu estarem em curso termos de revisão do contrato, para permitir abertura no sentido de a empresa passar a prestar serviços a outros importadores de combustível do Zimbabwe, nomeadamente a BP, Mobil e outras multinacionais que dominam o sector.
Factos do passado
No contexto regional e nacional a CPMZ goza do estatuto de uma das maiores empresas de sempre.
No passado a firma tinha como o maior accionista a multinacional Lonro, pertencente ao multimilionário britânico Then Roling, um antigo principal parceiro da Renamo, diz-se aliás ter sido quem transportou no seu avião pessoal Afonso Dhlakama para as negociações em Roma.
Para além da CPMZ, em Moçambique Roling detinha outros importantes investimentos económicos, nomeadamente a LOMACO, paralelamente implantado ao longo do Corredor da Beira.
Durante o período de maior sucesso da CPMZ a sua base produtiva maioritariamente exposta no mato, que era o principal campo de batalha entre os guerrilheiros da Renamo e as tropas governamentais nunca chegou a ser sabotado, pressupondo-se que beneficiava de protecção tanto por parte da Renamo e naturalmente do Governo.
Presentemente, o accionista maioritário é o português Dias Cunha, bastante conhecido como Presidente do Sporting Clube de Portugal