AO PGR POR CALÚNIA, DIFAMAÇÃO E FALSAS DECLARAÇÕES
Momad Satar, vulgo Nini, o mais novo dos irmãos Satar, preso na “BO” em conexão com os casos “BCM” e “Carlos Cardoso” remeteu, ontem, no Tribunal Supremo, tal como tinha anunciado há uma semana, o processo crime contra o procurador Geral da República, Joaquim Madeira, apurou o IMPARCIAL de uma
fonte segura daquela instituição o mais alto órgão judicial no país.
A entrada da queixa crime ao Tribunal Supremo é um procedimento especial devido à imunidade de que goza, na qualidade do procurador-geral da República, assegurou uma fonte do IMPARCIAL.
O jovem das quantias "irisórias"~já havia ameçado há aproximadamente uma semana, processar aquele magistrado do Ministério Público por calúnia, difamação e falsas declarações por este o ter acusado de corromper funcionários ligados aos tribunais de modo a facultar-lhe cópias de documentos existentes em processos judiciais em fase de segredo da justiça.
«Eu, Momad A.A. Satar, eu o Nini, irei processá-lo criminalmente por difamação e o farei sentar no
banco dos réus para que nos explique, a todos, com provas, a veracidade das suas calúnias», indica, na sua exposição dirigida recentemente a Joaquim Madeira.
Refira-se que no mesmo documento, Nini saiu em defesa do escrivão do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, um tal de Cossa, apontado pelo PGR como sendo a pessoa que teria feito chegar a Nini Satar cópias do processo autónomo do caso Carlos Cardoso, em que um dos principais réus é o primogénito
do PR, Nyimpine Chissano.
«...quero manifestar-lhe o meu repúdio pela forma vergonhosa e baixa como o Dr. Madeira, como PGR deste país, de forma insultuosa, totalmente fora de propósito e vergonhosa para o bom nome e prática de uma instituição como a PGR, vem para a praça pública insultar um pacato e possivelmente exemplar
funcionário do Estado, o escrivão do tribunal Sr. Cossa, afirmando publicamente que esse Sr Cossa era um desonesto e corrupto pois se vendera ao Nini Satar, a mim Momad A.A. Satar, entregando-me a troco de dinheiro, cópias de documentos existentes em processo!!», avançou.
Nini exigiu que Madeira investigasse, ao pormenor, com isenção e transparência, «a verdade sobre suas tão baixas suspeitas», e que, posteriormente e publicamente apresente desculpas ao escrivão Cossa e a ele, caso contrário avançará com processo contra o PGR.
No entanto, Nini, na referida exposição, não explicou como é que teria conseguido obter cópias do processo autónomo, incluindo o auto de perguntas de Candida Cossa, na procuradoria da cidade de Maputo, no qual aquela empresária fez declarações comprometedoras ao arguido principal - Nyimpine Chissano - acusando-o de a ter persuadido a mentir em tribunal quando fosse prestar declarações no mediático julgamento do caso Carlos Cardoso, realizado há aproximadamente dois anos, nas instalações
da "BO", na Machava.
Da Redacção - IMPARCIAL-01.10.2004