A QUATRO DIAS DO INÍCIO DA CAMPANHA ELEITORAL
A quatro dias do início da campanha eleitoral, o líder da Renamo e candidato às eleições presidenciais de 1 e 2 de Dezembro próximo, , Afonso Dhlakama, acusou o partido Frelimo de estar a orquestrar uma fraude eleitoral antecipada ao decidir, unilateralmente, ao nível da Comissão Nacional de Eleições, pela
aprovação, a realização de eleições gerais na diáspora.
«A Frelimo tem uma coisa escondida que é a fraude», acusou Afonso Dhlakama quando falava, ontem, em conferência de imprensa por si convocada momentos antes de deixar Maputo com destino à cidade de Quelimane onde se encontra a tomar parte no Conselho Nacional Alargado da Renamo que decorre na
capital provincial da Zambézia.
Visivelmente agastado, Dhlakama sustentou que não estava contra a realização de eleições no exterior mas estranhou que o grupo da Frelimo, integrado na Comissão Nacional de Eleições se tenha aproveitado da maioria que detém naquele órgão para impor a realização de eleições na diáspora em violação da Lei Eleitoral e da Constituição da República.
Violência na campanha eleitoral
O candidato presidencial da “perdiz” considera que o processo eleitoral que vai culminar com a realização das terceiras eleições gerais no país já «está manchado» e antevê um clima de violência
durante a campanha eleitoral que começa no próximo Domingo, dia 17 de Outubro. A uma questão colocada pelo IMPARCIAL, sobre a posição que o seu partido vai tomar em face das alegadas violações
da Lei, Dhlakama admitiu a possibilidade da Renamo poder recorrer ao Conselho Constitucional para a reposição da legalidade, mas deixou no ar um sério aviso.
«O Dhlakama vai perder quando o povo disser que pode perder, mas não pode ser roubado; isto aviso, não pode ser roubo», advertiu Afonso Dhlakama, repetindo que fazia aquele pronunciamento à imprensa
como líder de todos os concorrentes da Oposição às eleições de Dezembro.
Dhlakama disse ainda que estava a qualquer momento disposto a um frente a frente com o seu principal adversário, Armando Guebuza, para num debate televisivo cada um expor o que pretende fazer quando for presidente daRepública.
JOSÉ CHITULA
IMPARCIAL - 13.10.2004