MINISTRO NA PRESIDÊNCIA PARA OS ASSUNTOS PARLAMENTARES E DIPLOMÁTICOS
Francisco Caetano Madeira, nota 3,5
Francisco Madeira é conhecido como o “ bufo” do Chefe de Estado no Parlamento. É uma espécie de deputado paralelo. Aparentemente, a sua missão é de olheiro para depois "soprar" ao Chefe.
Também, com o nível de debates que os deputados costumam ter, o presidente da República, com a responsabilidade de «zelar pelo funcionamento correcto dos órgãos do Estado» e o «garante da Constituição» deve precisar de alguém que permanentemente lhe situe o que se está a passar na AR.
Mas, também, com o "gabinete aéreo", não se pode exigir outro comportamento. É que Joaquim Chissano conseguiu, nos últimos cinco anos, acumular mais horas de vôo que a maioria dos pilotos moçambicanos.
A missão de Francisco Madeira é ligar para o Gabinete Aéreo do Presidente da República que, alguns preferem chamar de avião e dar o ponto de situação do funcionamento do Poder Legislativo. Só isso porque de assuntos diplomáticos trata o próprio Chefe de Estado.
Somos impelidos a creditar que Madeira soprou ao Presidente da República a inconstitucionalidade
de algumas leis aprovadas pelos nossos ilustres deputados. E, ainda bem que o fez. Nós, o eleitorado, tomamos consciência da mediocridade que representam os deputados que elegemos.
Mas o trabalho de matéria não justifica o cargo de ministro. Um secretário competente pode fazer. Naõ estamos a colocar em causa a pessoa. Mas o cargo nos parece dispensável.
Não que estejamos a alinhar na tese de “emagrecimento do governo” defendida por um economista da praça. Mas, sinceramente, alguns organismos do governo em funções são o reflexo da lógica “Job for the boys” predominante pelos lados da Rua Pereira do Lago.
Francisco Madeira fica com 3,5 na nossa escala de 0A 10. Celso Manguana.
PS: Alguns amigos alertara-nos para lembrarmos de analisar os dois Primeiros- Ministros dos últimos cinco anos do Chissanismo. Pascoal Mocumbi e Luísa Diogo. Quando chegar o momento levaremos em conta os alertas amigos.
CELSO MANGUANA - IMPARCIAL - 21.10.2004