MINISTRO DA ADMINISTRAÇÃO ESTATAL
José António da Conceição Chichava, nota 2,2
A Reforma do Sector Público foi o trunfo que José Chichava acreditou ter para arremessar aos moçambicanos. Muitos foram os que acreditaram que a referida reforma iria funcionar como uma espécie de panaceia para o caos que tem sido o funcionamento do Sector Publico. Não era para menos, porque no Sector Público a excessiva burocracia e a consequente corrupção são um verdadeiro cancro ao desenvolvimento de Moçambique. Mas, lamentavelmente, a reforma chichavaniana não funcionou. Ficou-se pelos habituais e enfadonhos estudos e seminários em que os génios papagueiam, mas os resultados não se fazem sentir.
Fora algumas raras excepções, o cenário no sector público continua caótico. Ainda não se faz um aproveitamento visível das novas tecnologias de informação, cuja utilidade não merece questionamento.
Mas não deixa de ser louvável o esforço do Ministério da Administração Estatal. Mas muito mais devia ser feito.
Aliás, parece-nos que José Chichava colocou no topo da sua agenda o aliciamento das autoridades comunitárias, ontem chamadas de autoridades tradicionais e, antes de ontem, banidas e perseguidas pelo Poder Político. E como no tempo colonial os nossos reis, condes e duques já têm fardamento. Fardados ficam mais bonitos aos olhos da comunidade internacional.
Mas claro, o objectivo é colocar as autoridades tradicionais ao serviço da caça ao voto do partido da Rua Pereira Lago. Por isso, têm lugar privilegiado na tribuna de um certo secretário-geral.
Mas, na nossa opinião, a medida mais polémica foi o novo horário de trabalho da Função Pública. A implicação mais óbvia foi a redução do tempo de trabalho dos funcionários públicos.
Entram às 7h30m, ás 9h fazem intervalo para "mata –bichar" e ás 12h vão a casa almoçar. Retomam ás 14h e ás 15h30m vão a vida. O novo horário só é exequível nas instituições que possuem capacidade de
fornecer almoços aos seus funcionários. De contrário, o horário da Função Pública é um verdadeiro hino aos preguiçosos. E Moçambique não se pode dar ao luxo de incentivar e decretar a preguiça. José Chichava fica com a nota 2,2 na nossa escala de 0 a 10.
CELSO MANGUANA - IMPARCIAL - 22.10.2004