Nos Museus da Ilha de Moçambique
Objectos valiosos constituídos de ferro, expostos em vários monumentos e lugares históricos no município da Ilha de Moçambique, estão sendo saqueados por desconhecidos que os comercializam a compradores de sucata instalados naquela região, segundo revelou o edil local Gulamo Mamudo. Dos produtos do roubo contam-se peças de canhões, equipamentos da primeira tipografia com cerca de meio século de existência, entre outro material ferroviário que se encontrava na estacão dos Caminhos de Ferro de Moçambique em Lumbo. De acordo com o edil da Ilha de Moçambique, uma operação conjunta, envolvendo o Conselho Municipal e as forças da lei e ordem, resultou na descoberta e recolha de algumas peças de canhões com mais de cem anos de vida, que teriam sido surripiados na calada da noite no interior do fortim de São Lourenço no início deste mês.
Gulamo Mamudo revelou que as peças de canhões foram recuperadas nas instalações de uma empresa pertencente a cidadãos sul-africanos e vocacionada na compra de sucata. Na ocasião, as peças estavam para ser escoadas para o porto de Nacala, de onde seriam exportadas para um país europeu que não foi revelado.
Gulamo Mamudo lamentou a falta de colaboração entre as empresas que comercializam sucata e
a edilidade, com vista a desencorajar o roubo de objectos valiosos que se encontram expostos nos
monumentos e lugares históricos da Ilha de Moçambique.
A fonte referiu-se também da questão da falta de colaboração por parte da Direcção Provincial da Indústria e Comércio, que licenciou os intervenientes na compra de sucata sem o conhecimento
das entidades municipais.
Esforços prosseguem no sentido de recuperar outras relíquias roubadas por desconhecidos.
Entretanto a nossa reportagem soube que a estação ferroviária de Lumbo deverá ser reabilitada em breve.
A acção, que se enquadra num plano para a sua transformação em complexo turístico, comportará uma
linha férrea com cerca de 50 quilómetros partindo do município de Monapo.
O programa envolve os Caminhos de Ferro de Moçambique e o Fundo Nacional do Turismo (FUTUR), visando promover o turismo na região do Corredor de Desenvolvimento de Nacala.
WAMPHULA FAX - 23.10.2004