A re-introdução da pena de morte e a mudança da capital de Moçambique, de Maputo para Nampula, são algumas das promessas mais ouvidas na campanha eleitoral dos pequenos partidos às eleições gerais de Dezembro.
Sem representação parlamentar e concorrendo isolados às legislativas de 01 e 02 de Dezembro, os 18 pequenos partidos terão poucas hipóteses de atingir o mínimo de 05 por cento dos votos obrigatórios para a eleição de deputados, mas não deixam de surpreender pelas propostas para todos os gostos que apresentam ao eleitorado.
Para além de coincidirem com os dois grandes partidos, FRELIMO e RENAMO, no compromisso de combate à corrupção e pobreza absoluta e na melhoria da situação económica do país, muitos dos partidos extra- parlamentares avançam com propostas originais na campanha eleitoral conhecida como localmente como "caça ao voto".
A re-introdução da pena de morte, abolida na Constituição de 1990, tem sido uma das bandeiras do Partido Trabalhista (PT), que defende a aplicação da pena capital para crimes contra a segurança do povo e do Estado.
O PT propõe ainda a atribuição de apartamentos do tipo T2 a funcionários públicos recém-casados e a eliminação da burocracia.
Apregoado aos gritos pelos seus escassos militantes como "o partido da Moral", o PIMO (Partido Independente de Moçambique) promete constituir um governo "de tecnocratas" e mudar a capital do país de Maputo, sul, para Nampula, no norte de Moçambique.
O PIMO, com alguma implementação na comunidade muçulmana de Nampula, tem no seu líder, Yá-cub Sinbidy, um dos cinco candidatos à Presidência da República, e pertence-lhe uma das frases mais originais da campanha: "Vou marcar golo sem sujar os calções".
O SOL (Partido Social, Liberal e Democrático) faz juz à sua sigla e garante "uma vida melhor para todos os moçambicanos", promessa igualmente veiculada pelo PARENA (Partido da Reconciliação Nacional), sendo praticamente tudo o que os dois partidos oferecem aos seus eleitores.
"Nós não prometemos carros nem casas aos cidadãos na nossa campanha, mas honestidade, trabalho e segurança", demarca-se, por sua vez, o Partido da Ampliação Social (PASOMO).
FRELIMO e RENAMO-União Eleitoral - coligação da maior força da oposição moçambicana com dez pequenos partidos -, são os principais candidatos à vitória nas eleições gerais de 01 e 02 de Dezembro.
Um novo partido, PDD, criado este ano na sequência da expulsão do seu líder, Raul Domingos, da RENAMO, poderá intrometer-se na representação bi-partidária no Parlamento desde 1994 se conseguir passar a fasquia dos 05 por cento de votos.
Noticias Lusófonas - 29-10-2004