Coca-Cola burlada em meio milhão de dólares e funcionários do BIM dentro do esquema.
Uma sofisticada rede de alegados mafiosos constituída por funcionários do Plano e Finanças (MPF) e de algumas instituições bancárias, com o BIM em evidência, estará, de algum tempo a esta parte, a defraudar um número não especificado das chamadas grandes empresas a operarem em Moçambique. O esquema consiste em desviar os impostos que mensalmente as ditas firmas canalizam para os cofres do Estado, através da instituição de Luísa Diogo.
A multinacional Coca-Cola, na delegação da zona Sul de Moçambique, já foi defraudada em mais de meio milhão de dólares norte-americanos, equivalentes a pouco mais de 11 biliões de meticais.
Mas fonte sénior da firma, que pediu protecção da sua identidade alegando temer represálias, indicou que o apuramento daquele valor foi feito `ao alto´.
`Nós somos apenas a ponto do iceberg´, disse a fonte para depois acrescentar que `o montante pode ser ainda maior, tendo em conta que canalizámos mensalmente entre 10 a 20 biliões de meticais em impostos ao MPF, dinheiro que simplesmente era desviado por elementos do ministério em conluio com supostos elementos do BIM e não sabemos quando é que a operação começou´.
A fonte indicou que a fraude veio à tona quando o MPF escreveu uma carta à Coca-Cola, alertando-nos sobre impostos atrasados, o que, segundo o nosso informante, não constitui a verdade.
Curiosamente, segundo a fonte, o BIM assumiu todas as responsabilidades, tendo em conta que `os nossos cheques que haviam sido entregues no MPF para pagamentos de impostos, foram sacados fraudulentamente da nossa conta no BIM, por desconhecidos´, precisou.
Entretanto, sabe-se que a Polícia de Investigação Criminal (PIC) está a experimentar sérias dificuldades para investigar o melindroso caso, tudo porque o cadastro, por exemplo da Coca-Cola, terá desaparecido misteriosamente dos arquivos do MPF...
SAVANA - 29.10.2004