SEGUNDO A RENAMO-UE
A Renamo-UE chamou ontem a comunicação social, na capital do país, para «lamentar e condenar veementemente a atitude da Televisão de Moçambique, Empresa Pública, que se comporta como
se de televisão do partido no poder se tratasse» na cobertura da campanha eleitoral em curso no país.
Segundo a “perdiz”, «o profissionalismo dos jornalistas da Televisão de Moçambique é posto em causa pelo comportamento partidarizado da chefia da informação da estação televisiva de todos nós».
Na referida conferência de imprensa, cujo orador principal foi Fernando Mazanga, a Renamo-UE foi mais incisiva na sua acusação, apontando o dedo acusador ao director de informação da TVM, Simão
Anguilaze, que a “perdiz” assegura, ser, também «membro do gabinete Eleitoral da Frelimo» como sendo a pessoa promotora, naquela estação televisiva, de censura das reportagens sobre a campanha eleitoral da Renamo-UE e do seu candidato à Ponta Vermelha, Afonso Dhlakama.
«Isto é obra do principal guardião do serviço público da nossa TVM, Simão Anguilaze. Sabemos que ele cumpre ordens das pessoas que ali o colocaram mas ao apresentá-lo de uma forma personalizada
é para separarmos o trigo do joio. Isto porque existem muitos profissionais na TVM que pugnam pela isenção e brio profissional, independentemente das suas filiações partidárias», sustenta.
«Como se não bastasse, há um esforço deliberado de manipular a opinião pública, usando técnicas do tipo filmar até aos dedos quando é alguém da Renamo, para mostrar que não tem calçado, ou usa
chinelos», lamenta a “perdiz”, que aproveita, no entanto, dizer que a sua campanha é feita «por gente pobre, gente sofredora mas com convicções inabaláveis».
«Por outro lado, o tempo que é dedicado a cada reportagem está estabelecido pela própria TVM que não seria superior a 3 minutos.
Caros jornalistas e caros concidadãos, acreditamos que tal como assistimos o espaço e o tempo dedicados ao partido no poder e seu candidato podem testemunhar a preferência em termos do tempo
dedicado ao partido no poder e seu candidato. Felizmente tivemos o cuidado de gravar todas as publicações e podemos exibí-las para mostrar que quase sempre as reportagens do partido no poder estão acima de 5 minutos e os da Renamo-UE e seu candidato chegam a ser de um minuto e meio», indica a Renamo-UE.
Na sua acusação, personalizada, a coligação Renamo-UE, embora respeitando a sua opção partidária, julga que seria ético que Anguilaze suspendesse os seus cargos de chefia na TVM «para melhor servir
o seu partido», porque o actual cenário só lhe despretigia e envergonha a classe jornalística e académica.
«Queremos deixar claro que nada temos contra a pessoa do dr. Anguilaze mas incomoda-nos o facto de usar a sua posição para servir o partido que assessora», realçou o orador.
Imparcial – 16.11.2004