A campanha eleitoral entrou na sua última semana com os concorrentes às eleições de 1 e 2 de Dezembro próximo a darem o seu máximo na disputa pelo controlo da “Ponta Vermelha” e pela ocupação do maior número de assentos na Assembleia da República. Há sete dias do final da campanha presume-se que o eleitorado esteja razoavelmente sensibilizado sobre a necessidade de participar nas eleições votando para a escolha de um novo presidente da República, partido, coligação de partidos ou o grupo de cidadãos que julgue estar em condições de os representar no parlamento. Antes do fecho da campanha, no dia 28 de Novembro próximo, os moçambicanos tem agora a oportunidade de uma reflexão profunda sobre os destinos a dar a este Moçambique, que há cerca de 30 anos navega num mar de problemas apesar de, nos últimos tempos o país estar a respirar um ambiente de paz que, a prevalecer, sem sombras de dúvidas poderá contribuir para o desenvolvimento da nação moçambicana. São várias as promessas que os partidos e os seus candidatos as eleições presidenciais vem fazendo na perspectiva de conquistar os corações do eleitorado cuja a maioria ainda enfrenta uma série de dificuldades que não são mais do que o produto do regime que a Frelimo implantou desde que assumiu o poder do colonialismo português em 1975. Durante a presente campanha eleitoral é notório o esforço do partido Frelimo e o se candidato presidencial Armando Guebuza tentarem justificar os fracassos dos cerca de 30 anos de governação da Frelimo, como uma consequência da guerra que apelidam de “desestabilizadora” movida pela Renamo e que terminou em 1992 com a assinatura do Acordo Geral de Paz. O argumento da guerra para justificar a situação precária em que se encontra hoje a maioria dos moçambicanos, não convence a ninguém uma vez que, não é preciso fazer muito esforço para perceber que não foi a guerra terminada a 12 anos que provocou a de onda de corrupção, o clima de insegurança, o aumento do desemprego e a fraca qualidade de atendimento nas entidades públicas entre outras anomalias que atentam contra a sobrevivência do Estado moçambicano. Penso que chegou a vez dos moçambicanos, colocarem a mão na consciência sem se esquecer do que passam no dia a dia e tomarem com coragem a iniciativa de optar por uma mudança de regime nesta época em que, em muitos países do mundo os povos vão trocando democraticamente através das eleições, os velhos partidos detentores do poder, por partidos novos com perspectivas de imprimir uma nova dinâmica de vida dos seus cidadãos. Com a Frelimo no poder e pior ainda sob as rédeas de Armando Guebuza não se esperam mudanças significativas no país, senão reforço do esquema da ditadura com que o partido do “tambor e da maçaroca” vem espezinhando os moçambicanos para defender os interesses de uma pequena “clik” frelimista que se considera dona de Moçambique. J Não são as camisetes e outras ofertas de propaganda eleitoral que podem mudar Moçambique, mas sim a atitude de cada um no dia da votação fazendo justiça que nos é negada há 30 anos pelo Frente de Libertação de Moçambique, Frelimo.