MINISTRO DA AGRICULTURA E DESENVOLVIMENTO RURAL
Hélder dos Santos Félix Monteiro, nota 4
Hélder Muteia é o jovem tecnocrata que Joaquim Chissano gostaria que o sucedesse na Presidência da República. Contudo, nas eleições internas a ala guebuziana venceu.
O veterinário-poeta tem conseguido dar outra dinâmica ao pelouro que dirige. O fomento pecuário é um dos vectores mais visíveis do dinamismo retromencionado. Um considerável número de famílias tem se beneficiado de bovinos por via do referido programa. Contudo, não se pode deixar de referenciar o facto de alguns graúdos ficarem com gado destinado aos mais carenciados.
A produção agrícola tem registado crescimento assinalável. No entanto, o escoamento dos produtos continua a ser deficitários. Muitos agricultores são obrigados a assistir o triste espectáculo da deterioração da sua produção por suposta falta de mercado. Por outro lado, em certas regiões há quem morra de fome.
O esforço de voltar a fazer de Chókwè o “celeiro da nação” merece o nosso louvor mas, por vezes, ficamos com a impressão de que alguma comunicação social faz dos sonhos do ministro factos consumados. Não é para menos, Muteia conhece os meandros do jornalismo. Já esteve de pena em riste.
Uma grande mancha no seu desempenho é a PROAGRI. Os doadores queixaram-se pelo facto de o dinheiro usado ser usado para fins outros e não os acordados. Aquelas coisas que já se tornaram corriqueiras nos governos da Frelimo: ao invés de insumos agrícolas compram-se duas “four by four” e paga-se uma passagem para a Disneylândia á filha da segunda amante. Parece que depois o ministro corrigiu a situação. Mas ficou a nódoa.
Hélder Muteia recebe a nota 4 na nossa escala de 0 a10.
CELSO MANGUANA – IMPARCIAL – 16.11.2004