«Não sei se um ambicioso muda, mas a minha
experiência prova que não», Samora Machel, in O
Pais da Marrabenta – G.Pro Fam
JOÃO MATANATO*
Ao longo destes trinta anos de governação desastrosa da Frelimo, todo o moçambicano viu no Guebuza como o polícia mais carrasco, arrogante, ganancioso pelo poder; o que caracteriza um ambicioso.
1. Após o Acordo de Lusaka, durante o governo de transição, o senhor Guebuza foi designado
ministro da Administração Interna, tendo instituído as famigeradas Guias de Marcha. A Guia
de Marcha não era outra coisa, senão uma vergonha de documento passado pelos grupos
dinamizadores, que sem ele o cidadão era impedido de circular fora do seu quintal. Gente houve que foi parar em campos de reeducação só pelo facto de não possuírem aquele papel, mesmo que estivesse à frente da sua porta.
Que dignidade e segurança tinha o cidadão?
2. Como Ministro do Interior do primeiro Governo de Moçambique Independente, Guebuza demonstrou a sua mais alta ignorância pelo poder judicial, chamando a si, o poder de expulsar cidadãos do país sem que esses pudessem se defender em juízo. A arrogância essa, que ficou conhecida por Vinte e Quatro Vinte, isto é, o cidadão era expulso das fronteiras moçambicanas em vinte e quatro horas, levando consigo somente vinte quilogramas de bens que adquirira ao longo da sua vida. Essa aberração afectou, seriamente, a economia Nacional.
Mais, Guebuza, na sua cegueira pelo poder, violou o Acordo de Lusaka, expulsando quinze mil agentes da PSP(Polícia de Segurança Pública colonial), cuja integração na nova corporação policial estava garantido pelo acordo de sete de Setembro.
Que homem é esse, sem escrúpulos, que não sentia a dor de cerca de cinquenta mil bocas,
que ficariam sem pão, ao exarar aquele macabro comunicado de 15.03.79?
Essa sua capacidade de não honrar os compromissos, torna-se evidente com o Acordo Geral de Paz(AGP), onde ele e seu partido não integraram os militares da Renamo na Polícia, como vinha preconizado.
Essa atitude com relação aos homens de armas, será por acaso ou há uma manifesta vontade de criar um clima de tensão?
3. Ainda no primeiro Governo, Samora Machel, saturado dos abusos de Guebuza, removeu-o
do Ministério do Interior, afectando-o na Beira, como “ministro residente” em Sofala, onde volta
a cometer outras grosserias acções antipopulares, destacando-se a conhecida “Operação
Tira Camisa”, que não agradou a sua chefia e que de imediato demitiu-o, ficando bom tempo desempregado, ostentando o título de ministro sem pasta, porque não podia ficar sem título.
Calculem quanto custava a Samora Machel ter um ministro improdutivo? Mas que fazer, com o arrogante?
4.Como não soubesse fazer outra coisa, senão polícia, ele foi colocado novamente no Ministério
do Interior e desta feita, veio, com a genial ideia de construir uma colónia sulista no Unango (Niassa). Sem o mínimo de respeito pela vida humana, Guebuza ensardinhou Antanoves e camiões de gente para as matas do Niassa, onde homens, mulheres e crianças foram dizimados por leões e leopardos. O pretexto usado, para tanta crueldade, foi que se devia limpar as cidades de desempregados, prostitutas e improdutivos.
- Que culpa tinha uma senhora, de ter um filho mulato, num país que se dizia sem descriminação?
- Qual é o crime de um desempregado, num país que não cria postos de trabalho?
- Quem é o responsável pelo adolescente que é negado acesso à escola diurna porque tem anos a mais e não pode frequentar os cursos nocturnos porque é considerado menor? Que mal comete um marido que nega partilhar sua esposa com o chefe do grupo dinamizador?...
Depois dessas brutalidades, com o seu próprio povo, Samora viu-se obrigado a esquecer o senhor Guebuza no desemprego total e dessa vez sem título. Donde começamos a ver o chefe da Polícia com cachimbo de “lorde” desocupado.
5. Porque para quem não tem ocupação, o diabo se encarrega de ocupá-lo, não tardou que víssemos o senhor Armando Guebuza, em negociatas com alguns mafiosos da Praça; nomeadamente o Grupo Pinto, Virot, ... expropriando quintas e estabelecimentos de gente trabalhadora honesta, desfalcando bancos( vide savana de 19.11.04). Guebuza terá inviabilizado o tribunal de julgar os seus comparsas do Grupo Pinto e Virot que se escapuliram de Moçambique.
6. Destes negócios sujos, de saltimbancos, hoje aparece um endinheirado Guebuza com cerca de trinta empresas, quase na sua totalidade devedoras de tudo que é instituição financeira, inclusive dos cofres do Tesouro Nacional. Esse traficante de influências sufocou empresas de renome, tais como a Efripel e a Pescamar, tirando-lhes as suas quotas a favor da Mavimbi, sua empresa de luxo, com embarcações de dois milhões e quinhentos mil dólares cada que, nem yates do antigo ditador do Zaire - Mobutu Sese Seko(Continua)
*Pseudónio
IMPARCIAL – 23.11.2004