Três moçambicanos foram presos na cidade de Angoche (norte) por terem, alegadamente, difamado o Presidente Joaquim Chissano porque possuíam um panfleto que as autoridades locais consideraram de "calunioso".
Issufo Raju, Yacub Abudo e Jamal Ussene foram presos e um juiz autorizou a sua detenção, noticiou o jornal independente "Mediafax".
O panfleto acusa Chissano de regionalismo e de ser "o autor" da maioria das mortes políticas nos últimos 30 anos, incluindo as de Eduardo Mondlane e Samora Machel, seus dois predecessores na liderança da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), do jornalista Carlos Cardoso, do economista Siba-Siba Macuacua,e do membro do Comité Político daquele partido Rafael Maguni.
O juiz do distrito de Angoche, Johar Ibraimo, disse que ordenou a detenção dos três homens depois do caso ter sido enviado à capital provincial (Nampula) "dada a gravidade do assunto que é a difamação do chefe de Estado".
Ibraimo admitiu, entretanto, que a Polícia está à procura do autor do panfleto.
O jornal revelou que cópias do panfleto foram distribuídas em Angoche na noite de 22 de Outubro, adiantando que os três homens foram presos quando foram encontrados com o documento.
Entretanto, um grupo denominado "Antigos Combatentes" (ex-guerrilheiros da Frelimo que lutaram na guerra para a independência) reivindicou a autoria do panfleto.
www.noticiaslusofonas.com - 01.11.04