O processo de informatização dos resultados das eleições da semana passada, em Moçambique, já começou a provocar incidentes entre os principais actores políticos no país, designadamente a Renamo-UE e a Frelimo.
Ontem, em Chimoio, o processo foi interrompido, por algumas horas, porque os técnicos da “perdiz” detectaram um erro técnico na digitalização de dados, que a prosseguir, segundo as nossas fontes, favoreceria o partido no poder e o seu candidato.
Em Gaza, no Sul do país, também houve litígio, porque os representantes da Frelimo e a Renamo-UE não se entenderam nos órgãos eleitorais, sobretudo no processo de digitalização dos resultados eleitorais.
Associado aos problemas surgidos no processo de digitalização dos resultados eleitorais, o director adjunto do STAE, em Gaza, indicado pela Renamo-UE, Carlos Borges, chegou a parar nas celas, esta semana, acusado de ter perturbado o andamento do processo eleitoral, mas as fontes da “perdiz” asseguram que o seu crime «é ter exigido que fosse tornado público o mapa da distribuição das mesas na província de Gaza».
Nas hostes do segundo maior partido da Oposição, em Moçambique, acredita-se que desta vez a Renamo-UE vai conseguir pelo menos um assento pela província de Gaza, um avanço inédito tendo em conta que nas duas primeiras eleições no país (1994 e 1999) Dhlakama e o seu partido foram esmagados naquele círculo eleitoral, num voto que se acredita ser tribal ou outro tipo de qualificativo. De salientar que a província de Gaza é terra natal dos presidentes da Frelimo, a começar por Eduardo Mondlane( primeiro presidente), Samora Machel(que foi, também, primeiro presidente de Moçambique Independente) e finalmente, Joaquim Chissano, o dirigente da Frelimo que passa à reforma depois das presentes eleições, mas que insiste que o seu substituto deve ser Armando Emílio Guebuza, de descendência maronga (pai e mãe), mas natural de Murrupula, em Nampula.
JF E REDACCÃO – IMPARCIAL – 09.12.2004