- Representantes da RUE na CNE pautaram pela ausência na divulgação dos resultados
(Maputo) Uf! Finalmente, a Comissão Nacional de Eleições(CNE) divulgou, ontem, os resultados finais das III Eleições Gerais realizadas nos dias 1 e 2 de Dezembro corrente que vieram confirmar a vitória do partido dos camaradas e do seu candidato presidencial, Armando Guebuza. A bancada parlamentar da Frelimo na próxima legislatura contará com 160 deputados contra 90 da Renamo-União Eleitoral(RUE) e o terceiro partido mais votado foi o PDD que não conseguiu ultrapassar a barreira dos 5%, o mínimo exigido para conseguir assentos parlamentares.
Dados apresentados pela CNE, colocaram o partido Frelimo em primeiro lugar com um milhão, oitocentos e noventa e nove mil e cento e cinquenta e quatro votos, cerca de 62.03%, contra novecentos e cinco mil, duzentos e oitenta e nove votos da Renamo-União Eleitoral(RUE) com cerca de 29,73% votos e o Partido para Paz, Democracia e Desenvolvimento(PDD), ficado em terceiro lugar com sessenta mil, setecentos e setenta e oito votos, o correspondente a 2%.
Os 250 lugares no parlamento ficam assim distribuídos: na província de Niassa onde há 12 lugares, a Frelimo fica com 9 e RUE-3; Cabo Delegado tem 22 deputados, sendo 18 da Frelimo e 4 da RUE. Na província de Nampula, maior círculo eleitoral com 50 lugares, elegeu 27 da Frelimo e 23 da RUE. A Zambézia com 48 lugares elegeu 19 deputados para a Frelimo e 29 para a RUE.
Em Tete, onde estavam em disputa 18 lugares, 14 foram ocupados pela Frelimo e 4 pela RUE. Em Manica registou-se um empate, tendo cada lado ficado com 7 deputados. Em Sofala onde há 22 lugares, a Frelimo conseguiu 6 lugares contra 16 da RUE. Em Inhambane com 16 lugares em disputa, Frelimo levou 15 e a RUE, apenas 1. Na província de Gaza, a RUE não teve nenhum deputado, tendo a Frelimo abocanhado os 17 lugares.
Por outro lado, na província de Maputo onde havia 13 assentos em disputa, a RUE conseguiu um lugar e 12 para a Frelimo e na Cidade de Maputo, com 16 lugares a Frelimo ficou com 14 deputados e a RUE 2.
Nos círculos eleitorais de África e Europa, com um mandato cada, a Frelimo arrecadou também os dois lugares.
PRESIDENCIAIS
Para as presidenciais, o candidato da Frelimo, Armando Emílio Guebuza, arrecadou dois milhões, quatrocentos, vinte e seis votos, o correspondente a 63,74% , seguido pelo candidato da RUE, Afonso Dhlakama com novecentos, noventa e oito mil, cento, cinquenta e nove votos.
REACÇÕES
Após a divulgação dos resultados eleitorais, o “vt” ouviu os mandatários dos partidos. Verónica Macamo da Frelimo disse ao nosso jornal que “ o resultado das eleições é uma grande satisfação não só para a Frelimo, como também para o povo moçambicano no geral. É uma satisfação e grande responsabilidade que foi conferido pelo povo”.
Francisco Machambisse, que esteve igualmente no acto como mandatário da RUE disse que “ os resultados destas eleições não só ameaçam ao partido, como também ameaçam o povo moçambicano, porque nós esperávamos mais do que isto, porque a violação da Lei não começou na campanha eleitoral, mas sim, no processo de actualização do recenseamento e depois em todo os postos eleitorais de votação”.
Machambisse que se mostrou muito insatisfeito pelos resultados das Eleições acrescentou que “ a Frelimo cometeu um crime não só para a RUE como para o povo moçambicano. Vamos recorrer para que isto fique registado na história. Não podemos desejar parabéns aos criminosos. A ausência do vice-presidente da RUE neste local é justa porque não fazia sentido estar aqui para ouvir uma vergonha desta, mesmo eu estou aqui porque fui mandatado”.
Ibrahimo Magalhães do Partido Independente de Moçambique (PIMO) disse ao “vt” que “o povo moçambicano vai reagir porque quase que ninguém votou nestas eleições. Em cada mesa votaram
umas três a quatro pessoas. Então, onde é que a CNE apanhou aqueles números tão elevados? O único juíz que nos pode safar deste problema é o povo”
(Arménia Mucavele e Alcídio Walter) – VERTICAL – 22.12.2004