SEGUNDO A "PERDIZ"
Uma fonte sénior da “perdiz” minimizou a declaração da missão de observação da eleitoral da União Europeia, que considera que «as irregularidades observadas não são suficientes, no seu conjunto, para terem impacto decisivo nos resultados eleitorais», que segundo estatísticas oficiais dão vitória a Armando Guebuza e o seu partido(Frelimo).
Segundo a fonte da “perdiz”, «o que agora ficou é a solução do assunto entre moçambicanos, como aconteceu no passado».
«Não é possível, que um europeu, com consciência procure minimizar este crime eleitoral», sustenta a nossa fonte.
«Se fosse na Europa, o que aconteceu em Moçambique era suficiente para se anularem as eleições e os autores do crime eleitoral condenados», sustentou.
«Portanto, é lamentável esta atitude dos europeus, por isso, daqui para frente, nada se pode contar com eles», garantiu, repisando que o que ficou, agora, é entre moçambicanos.
Entre outros passos previstos, se aponta a possível contestação dos resultados eleitorais no Conselho Constitucional, mas nas hostes da Oposição é um dado certo que haverá reconhecimento do que for decidido pela CNE, onde tem influência o voto maioritário, da Frelimo.
Coro de protestos
Lá para os princípios da noite de ontem, houve uma reacção, no gabinete de Afonso Dhlakama, de quase todos os partidos da Oposição em Moçambique, reiterando a sua posição, já manifestada na declaração de Maputo, que «consiste na anulação das presentes eleições e a convocação de novas».
Na referida declaração, os partidos reafirmam que as irregularidades verificadas no processo eleitoral têm um impacto decisivo nos resultados eleitorais.
Entre vários argumentos, aquelas formações políticas (Renamo-UE, incluída), aponta o caso de alguns distritos de Tete, onde chegou haver uma afluência de eleitores, nas mesas, superior a 100 por cento, em função de votos contabilizados.
Aponta-se, ainda, o número de editais, descoberto na fase de apuramento de dados, com base no sistema informático, que é superior ao que existiu, tendo em conta as mesas de votação, presumindo-se que tenha havido mesas fantasmas.
A Oposição queixa-se ainda do afastamento dos seus fiscais, nas mesas de voto, por ordem da Polícia, alegando falta de credenciais ouirregularidades na sua emissão.
JF – IMPARCIAL – 21.12.2004