A biografia do antigo vice-presidente da Frelimo( movimento e não partido), Uria Simango, deverá ter uma segunda edição. Em contacto com o IMPARCIAL, Barnabé Lucas Ncomo, autor do livro “Uria Simango: Um homem, Uma causa” fez saber que os 2500 exemplares da 1ª edição já se encontram esgotados em
Moçambique.
O livro em causa, retrata de forma minuciosa o percurso de Uria Simango, o Reverendo protestante que foi vice- presidente da Frelimo, nos anos de Mondlane.
Uria Simango, pai do edil da cidade da Beira, Deviz Simango e do deputado pela Renamo-União Eleitoral Lutero Simango, foi fuzilado extra-judicialmente pelo regime monolítico dirigido por Samora Machel.
No seu livro (um best seller) Barnabé Lucas Ncomo, faz crer que o fuzilamento de Simango terá ocorrido algures em M’telela na Província nortenha do Niassa. Acredita-se que na mesma ocasião terão sido mortas outras figuras tidas como “reaccionárias” pela lógica do regime Machelista.
Uria Simango, que pelos estatutos da Frelimo deveria substituir Eduardo Mondlane, assassinado em 1969, foi membro do “triunvirato” formado imediatamente a seguir à morte do primeiro presidente da Frelimo. Outros membros do trio eram Marcelino dos Santos e Samora Machel. Simango desiludiu-se com os seus colegas de liderança e retirou-se do movimento não, sem antes, tornar pública uma carta intitulada “ Triste Situação no Seio da Frelimo”. A referida carta denunciava as atrocidades cometidas contra alguns militantes de primeira hora pela liderança de Samora Machel assessorada pela denominada “Gang de Argel”. Paradoxalmente, segundo Ncomo, alguns membros séniores do partido Frelimo, só à posteriori tiveram conhecimento do fuzilamento de Simango. Aquando do lançamento da primeira edição do livro em referência os antigos camaradas de armas de Simango primaram pela ausência.
CM – IMPARCIAL – 28.12.2004