Quando a abstenção anda pelos 70% em todo o país, o distrito de Changara parece querer desafiar toda a lógica registando em alguns casos votações a 100 por cento.
O caso é reportado pelo boletim os parlamentares europeus –AWEPA. Numa escola com duas mesas de voto, uma tinha a presença de um delegado da Renamo, a outra não. Na primeira, havia 858 votantes registados, dos quais compareceram 388, média em linha com o resto do país. Houve 194 votos para Dhlakhama, 176 para Guebuza e 11 inválidos. Na mesa onde não havia delegado da Renamo e onde o caderno eleitoral só chegou no segundo dia, dos 1000 eleitores registados, afirma-se que votaram 750 – 565 para Guebuza, 4 para Dhlakhama e 177 votos nulos. Em Biri-Biri, onde a polícia disse que houve muita abstenção, o edital afixado mostra que votaram 947 dos 1000 eleitores registados. Guebuza teve 820, Dhlakhama 25 e 99 votos nulos.
A AIM diz ter tido acesso a um edital em que a votação era de 100 por cento dos eleitores. O Número de eleitores registados em Changara é de cerca de 68 000. Os resultados de 94 das 95 mesas de voto indicam 64562 votos para Guebuza e 919 para Dhlakhama. A percentagem de votantes foi de 96%. No vizinho distrito de Moatize, com 106 mesas de voto, Guebuza e Dhlakhama não tiverem entre si mais de 32500 votos.
Em Chiconono, no Niassa, em 1000 eleitores, afirma-se que votaram 996 pessoas : 928 para Guebuza, 23 para Dhlakhama, 8 para outros candidatos e 37 nulos.
Por seu turno no Lumbo, Ilha de Moçambique, em 393 votantes, 162 votos foram declarados nulos. Em Matemba, em 397 votos, 133 foram considerados nulos.
Da Net - 10.12.2004