O Presidente cessante moçambicano, Joaquim Chissano, disse estar surpreendido pela fraca afluência às urnas nas eleições legislativas e presidenciais de 1 e 2 de Dezembro em Moçambique, e atribuiu essa situação à "ignorância".
Numa entrevista à agência francesa AFP, retomada por outras agências e pela BBC "on-line", o chefe de Estado moçambicano declarou que "num país com uma elevada taxa de iliteracia e ignorância relativamente aos sistemas políticos, as pessoas têm tendência a interrogar-se: 'o que ganho eu em votar?'. Estou certo de que, se tivéssemos dito a cada pessoa que vota, que receberia dinheiro, mesmo que um pouco, ela teria ido votar", disse Chissano, lembrando que "a abstenção é comum a muitos países, mesmo na Europa".
E acrescentou que isso "significa que um governo ou um dirigente é escolhido por uma minoria da população", interrogando-se ainda se não haverá "algo de negativo no sistema".
PÚBLICO - 04.12.2004