Para Eduardo Namburete, o nível de abstenção nas terceiras eleições multipartidárias moçambicanas é mais acentuado nas cidades, cujo eleitorado é considerado afecto ao partido no poder, o que "revela a profunda frustração do povo pela má orientação da FRELIMO".
"Nas zonas rurais, houve uma afluência relativamente maior do eleitorado ou então os que não votaram foi porque preferiram ir às suas machambas (hortas) por estarem a cair as primeiras chuvas", sublinhou Namburete, referindo-se à tendência da votação nos sectores em que a RENAMO tem maior influência junto do eleitorado.
Namburete justificou com "algum tipo de lealdade que ainda sentem pela FRELIMO" o facto dos eleitores que disse desiludidos com o partido no poder não terem optado pelo voto na RENAMO, preferindo abster-se.
Esta visão foi considerada "sem fundamento" pelo chefe do gabinete eleitoral da FRELIMO em Maputo, António Hama Thai, que disse ser "prematuro avançar com as causas do que aconteceu nos dois dias de votação".
"Vamos esperar serenamente que os órgãos eleitorais competentes divulguem os resultados", afirmou Hama Thai, que é também ministro dos Antigos Combatentes.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 03.12.2004