SEGUNDO FERNANDO MAZANGA
O porta-voz da Renamo-UE, Fernando Mazanga, assegurou, ontem, ao IMPARCIAL que a Frelimo está cometer o vandalismo um pouco por todo o país na «comemoração da sua pseudo vitória» nas últimas eleições gerais em Moçambique.
A fonte citou o caso do distrito de Moeda, em Cabo Delgado, em que um grupo de apoiantes da Frelimo «queimou casas de alguns membros da Renamo».
Na cidade de Nampula, avançou Mazanga, «fizeram um caixão, colocaram a fotografia do presidente da Renamo», em cortejos por algumas artérias daquela urbe, só que para «seu azar a pessoa que estava em frente dessa operação adoeceu ontem (quarta-feira) e perdeu a vida nessa noite».
Entretanto, apesar dos esforços empreendidos ontem pelo IMPARCIAL não foi possível ouvir a reacção, no terreno, das pessoas visadas devido às dificuldades de comunicação. Prometemos seguir o assunto nas nossas próximas edições.
Recurso ainda não deu entrada
O recurso da “perdiz”, sobre o veridito da CNE/Frelimo sobre as últimas eleições gerais ainda não deu entrada naquele órgão porque o mandatário da Renamo-UE ainda não foi notificado, quatro dias depois do anúncio oficial dos resultados.
Segundo a lei eleitoral, antes da tomada de decisão sobre o recurso, a Comissão Nacional de Eleições deve notificar os mandatários das candidaturas para, querendo, se pronunciarem no prazo de vinte e quatro horas.
Em contacto, ontem, com o IMPARCIAL , Francisco Machambisse, mandatário da “perdiz” disse ontem que a CNE havia assegurado que a notificação receberia hoje, sexta-feira, incluindo toda a documentação necessária (actas, editais, etc). Para a formulação do recurso, avança a lei que a CNE ou seus órgãos de apoio, devem facultar a documentação necessária, quando solicitada pelo recorrente. O recurso contencioso é interposto à Comissão Nacional de Eleições até dois dias após o apuramento de votos, devendo a decisão ser tomada nos dois dias subsequentes.
Refira-se que a “perdiz” e o seu candidato à sucessão de Joaquim Chissano na presidência da República, Afonso Dhlakama, contestam os resultados das últimas eleições gerais em Moçambique
por serem eivados de irregularidades graves.
Na última quarta-feira, garantiu à comunicação social que os deputados eleitos pela coligação que lidera não iriam tomar posse na Assembleia da República e ele, também, na ocuparia o seu lugar no Conselho de Estado, na qualidade do segundo candidato mais votado nas últimas eleições. Deixou, claro,
no entanto, que usaria todos os meios legais para contestar os resultados divulgados pelos órgãos eleitorais, maioritariamente dominados pelo partido Frelimo.
DA REDACÇÃO – IMPARCIAL – 24.12.2004