Embora ainda não haja resultados oficiais, contagens provisórias divulgadas pela Rádio Moçambique, estação estatal, nos mais diversos distritos eleitorais de Moçambique, confirmam tendências de voto favoráveis aos principais candidatos nas zonas que tradicionalmente os apoiam.
Segundo aquela estação, editais já afixados em diversas assembleias de voto em Maputo, Gaza e Inhambane, províncias do sul, confirmam a liderança de Armando Guebuza, candidato presidencial da FRELIMO.
Já em Sofala e na Zambézia, províncias do centro, as contagens divulgadas pela Rádio Moçambique em diversos distritos dão vantagem ao candidato da RENAMO, Afonso Dhlakama.
Os editais vão ser agora enviados para as estruturas provinciais dos órgãos eleitorais moçambicanos, para uma contagem final, e de estes para Maputo onde se fará a derradeira contagem nacional final e serão anunciados os resultados oficiais.
O processo terá que ficar concluído até 17 de Dezembro.
O país tenta avaliar a extensão da abstenção eleitoral, procurando explicações para um alheamento que deverá ultrapassar os 50 por cento dos nove milhões de eleitores recenseados.
"Se a população camponesa vai às sementeiras em vez de bichar para dar o voto aos partidos e políticos, não será isto motivo bastante para se reflectir nesta opção?", perguntava hoje o semanário independente Savana.
Já o diário por fax Imparcial, próximo da RENAMO, insistia na tese da oposição de que a abstenção castiga "o partido dos camaradas" (FRELIMO).
O oficioso Notícias considerava que quem perde com a fraca afluência é o próprio eleitor que "preferiu permanecer a comer, beber, conviver, sem ter em conta que decorre um processo que pode colocar o país numa ou noutra mão, num ou noutro futuro".
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 03.12.2004