Falando a alguns jornalistas seleccionados pelo Centro Carter, o ex-presidente norte-americano considerou que a sua organização "não será capaz de fazer um relatório sobre o que não puder ver".
De acordo com participantes no encontro, Carter acusou a CNE de não ter razão quando justifica com a lei eleitoral moçambicana as restrições que impõe aos observadores moçambicanos e estrangeiros, limitando o seu acesso às assembleias de voto.
Esta questão foi levantada pela missão de observadores da União Europeia, e mais tarde secundada por organizações como a Commonwealth e o Carter Center, que pretende ter acesso a todas as fases do processo de contagem de votos, incluindo contagens finais provinciais e nacional, digitação de votos e sessões sobre votos duvidosos.
A CNE defende que a lei eleitoral apenas permite o acesso dos observadores às assembleias de voto.
Carter recordou que a sua organização já observou 53 eleições em todo o Mundo e que "raramente foi excluída de partes significativas do processo" de escrutínio.
Os observadores do Centro Carter visitaram 585 assembleias de voto (de um total de cerca de 13 mil assembleias de voto) e reportaram "problemas sérios" em apenas duas delas.
As terceiras eleições multipartidárias em Moçambique encerraram as 18:00 locais (16:00 em Lisboa) de quinta-feira, decorrendo actualmente o processo de contagem de votos, cujos resultados deverão ser anunciados até 17 de Dezembro.
As missões de observação da União Europeia e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral anunciaram para sábado uma primeira tomada de posição sobre o processo de votação.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 03.12.2004