Moçambique:
FRELIMO se mantém no poder com 63%
Por Isaac BIGIO*
ANALISTA INTERNACIONAL
A Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) venceu as eleições com o 63% retendo o poder como o fez desde 1975, quando da independência dessa ex-colônia portuguesa na África. O RENAMO, quem em 1999 esteve a poucos pontos do 50%, desta vez baixou aos 29%.
Ambas forças travaram uma brutal guerra civil até o fim da guerra fria. A URSS armava ao FRELIMO e EEUU e África do Sul a RENAMO. Em 1992, depois do fim da bipolaridade, o FRELIMO vai renegando do ‘leninismo’ e promove o mercado e o multipartidismo, enquanto a RENAMO procura se distanciar-se do fato de ter feito matanças contra civis.
Como em El Salvador o poder se mantém em mãos do oficialismo e a sua insurgência se deve à eterna oposição eleitoral.
A RENAMO alega fraude e pede novas eleições. Fato verdadeiro é que o 70% dos eleitores se ausentaram. Dois de cada três moçambicanos vivem com dez dólares ao mês. A miséria e a AIDS avançam e a população tende a desconfiar das duas forças tradicionais.
(*) Isaac Bigio é analista internacional. Foi professor de política brasileira e latino-americana na London School of Economics. Assina coluna diária no jornal Correo, o diário em espanhol de maior circulação no Pacífico, e escreve para dezenas de meios de comunicação dos cinco continentes. Colabora com a BBC, CNN, France Press e diversas emisoras de rádio e TV de todo o mundo. Seus textos são veiculados sob autorização em Via Fanzine.
- Tradução: Pepe Chaves