Existem condições técnicas para os órgãos eleitorais cumprirem os prazos estabelecidos por lei para a divulgação dos resultados finais da votação de 1 e 2 deste mês, apesar dos atrasos que se verificaram em algumas províncias no processamento dos resultados intermédios. |
Esta posição foi manifestada ontem, em Maputo, pelo porta voz da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Filipe Mandlate, em contacto com a nossa Reportagem.
Na ocasião, Mandlate disse ainda que os problemas que afligiam os órgãos eleitorais a nível das províncias foram, na sua maioria, ultrapassados, o que permite afirmar com segurança que os prazos legais estabelecidos serão cumpridos.
A Lei Eleitoral reza, no seu articulado, que os resultados finais das eleições devem ser anunciados até 15 dias após a votação.
Segundo Mandlate, depois de ultrapassados os problemas logísticos e de penetração em lugares de difícil acesso, os órgãos eleitorais foram atingidos por manifestações de sabotagem protagonizadas por elementos indicados pela Renamo-UE a todos os níveis, o que contribuiu para o atraso que se verifica no processamento e divulgação dos resultados intermédios.
"Esses problemas estão, também, a ser gradualmente ultrapassados", afirmou, para depois sublinhar que a nivel central "ainda é possível publicar os resultados até ao dia 17 do corrente".
De entre as acções protagonizadas pelos membros da RUE nos órgãos eleitorais destaque vai para o desaparecimento de elementos seus afectos aos órgãos eleitorais com chaves de armazéns, falta de vontade de colaborar na digitalização dos dados, para além de não se apresentarem nos postos de trabalho, entre outras.
"Neste momento, o trabalho de apuramento está a entrar na normalidade e espera-se que amanhã (hoje) as províncias de Nampula e Cabo Delgado anunciem os resultados intermédios, enquanto Zambézia irá fazer o mesmo depois de amanhã (amanhã), o que faz com que fiquem por fazer este tipo de anúncio as províncias de Niassa, Sofala e Maputo-Cidade", afirmou o porta-voz da CNE.
Enquanto isso, o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) prossegue a digitalização dos dados provisórios do apuramento geral da eleição de 1 e 2 de Dezembro.
Assim, depois do "salto" dado no fim-de-semana, o STAE conseguiu processar em computador todos os dados provenientes da província de Gaza, subindo, assim, a cifra da informação digitalizada de 14.98 por cento dos 13.612 editais existentes para 20.51 nas presidenciais e de 14.55 para 20.81 por cento de igual número de editais referentes às legislativas.
Neste contexto. Armando Guebuza, concorrente da Frelimo para a sucessão de Joaquim Chissano, contabilizava até às 17 horaá de ontem 674.773 votos, ou seja, 81.67 por cento dos 826.190 votos considerados válidos, contra 126.314 de Afonso Dhiakama, o equivalente a 15.29 por cento dos dados processados. Raul Domingos mantém-se na terceira posição, com 17.737 votos (2.15 por cento), Yá-Qub Sibindy na quarta com 4.538 votos (0.55 por cento) e Carlos Reis na quinta posição cem um total de 4.340 votos (0.53 por cento).
Nas legislativas, dos 776.788 votos considerados válidos, a Frelimo arrecadou 599.771 (77.21 por cento), a Renamo-UE 121.682 (15.66 por cento) e o PDD 16.413 (2.11 por cento). As restantes formações políticas não conseguem reunir um por cento dos votos cada uma.
Fonte: Jornal Notícias – 14.12.04 |
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