SOBRE O RECURSO DA RENAMO-UE
Contrariamente ao propalado por alguma imprensa, tecnicamente não é possível que o Conselho Constitucional apresente, ainda, esta semana uma deliberação sobre o recurso apresentado pela Renamo-UE e outros partidos da Oposição, que contestam os resultados das últimas eleições gerais anunciados pela CNE/Frelimo, que dão vitória a Frelimo e o seu candidato à sucessão de Joaquim Chissano, na Presidência da República.
Segundo apurou, ontem, o IMPARCIAL, de fontes ligadas àquele órgão, existe, ainda, muito trabalho por fazer, dado aos volumosos “dossieres” submetidos àquele órgão pelos partidos que contestam os resultados já anunciados, cuja validação ou não depende do Conselho Constitucional, segundo determina a Constituição moçambicana. O apelo das nossas fontes, que estamos a citar, é de
que as pessoas devem ter paciência de esperar porque a apreciação dos referidos recursos exige seriedade e muito trabalho.
Do que se sabe, só a “perdiz” submeteu um recurso com aproximadamente 300 páginas, que inclui provas documentais sobre as irregularidades que teriam ocorrido um pouco por todo o país durante o processo eleitoral.
Refira-se que na sua edição da última quinta-feira, o “Diário de Moçambique”, citando Teodato Hunguiana, um dos membros do Conselho Constitucional, avançou com a notícia de que a decisão daquela instituição, sobre o protexto da Renamo-UE, seria conhecido no próximo sábado. A "perdiz" avançou, no seu recurso, com o pedido de anulação dos resultados das eleições de 1 e 2 de Dezembro último devido às graves irregularidas registadas, desde o processo de actualização do censo eleitoral até ao apuramento final de votos.
DA REDACÇÃO – IMPARCIAL – 14.01.2005