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Um ano depois, ninguém sabe dizer em que circunstancias foi assassinado o jovem moçambicano, Mauca Simango, morto a 18 de Janeiro de 2004 na Cidade de Porto, em Portugal. Mauca Simango, filho mais novo do líder histórico moçambicano, o reverendo Urias Simango(assassinado, ele e sua esposa Celina, pelo regime da Frelimo), foi brutalmente assassinado por desconhecidos numa das residências da Universidade do Porto, onde se encontrava a terminar os seus estudos superiores na área de engenharia civil. Até este momento ainda não há nenhum esclarecimento oficial tanto da parte das autoridades moçambicanas como da parte de Portugal sobre este crime que ceifou a vida a Mauca Simango. Das investigações que o
tem estado a desenvolver, soubemos que o caso Mauca Simango continua “arquivado” na Policia Judiciária portuguesa.
A família Simango, representada por um dos irmãos do malogrado, o engenheiro Devis Simango (que é igualmente o presidente do Conselho Municipal da Beira) revelou que em Maio próximo, o assunto deverá ser retocado, quando pessoalmente se deslocar a Portugal para um esclarecimento cabal do que realmente estaria por detrás do assassinato do seu irmão. Quando Mauca foi encontrado morto nas escadas ou na varanda da tal residência universitária do Porto, o seu corpo mostrava claros sinais de ter encontrado morte violenta perpetrada por indivíduos até aqui desconhecidos.
Um dado novo e de certo modo curioso, é o facto de alguma imprensa portuguesa que tentava seguir o assunto ter sido aconselhada a desistir de investigar o caso aparentemente devido à delicadeza do mesmo. Há quem diga que certos jornalistas portugueses que tentaram meter o bico no assunto teria recebido ameaças veladas de alguns círculos ligados ao poder em Portugal.JOSÉ CHITULA, NA BEIRA
Os irmãos mais velhos de Mauca Simango, Lutero Simango e Devis Simango, tem se manifestado algumas reservas na abordagem do caso e preferem confiar nas investigações que se espera estarem a ser levadas a cabo pela judiciária portuguesa. Alguns círculos moçambicanos, chegaram a associar a morte de Mauca a alegados motivos políticos que estariam na esteira da perseguição que ha anos sofre o clã Simango por parte do regime da Frelimo.
No passado dia 18 de Janeiro de janeiro de 2005, parte de familiares, amigos juntaram-se à família Simango para recordar o seu ente querido com uma singela cerimónia de deposição de flores na campa onde jazem os restos mortais de Mauca Simango no Cemitério da Santa Isabel na Beira.
Refira-se que antes de ser morto, Mauca já tinha sofrido um outro atentado contra a sua vida na Embaixada moçambicana, em Lisboa, onde desconhecidos chegaram a envenena-lo sem se aperceber na bebida que consumia numa cerimónia do final do ano onde esteve uma parte considerável da comunidade moçambicana residente em Portugal.
IMPARCIAL - 25.01.2005