EM MANIFESTAÇÃO DE DESAGRADO PELO ALEGADO ESPÓLIO ELEITORAL A União Eleitoral já não tem nada a ver com a RENAMO – Máximo Dias, secretário-geral do MONAMO, antigo integrante da coligação RENAMO-União Eleitoral. O líder da RENAMO-União Eleitoral e 2ºcandidato presidencial mais votado pela terceira vez em eleições presidenciais pluralistas em Moçambique, Afonso Dhlakama vai acompanhar a investidura do novo Presidente da República, Armando Guebuza, na próxima quarta-feira, via televisão. Dhlakama não comparecerá à Praça da Independência em Maputo, local escolhido para as cerimónias centrais, numa atitude que, segundo ele, visa expressar o seu desapontamento pelo “espólio eleitoral” de que afirma ter sido vítima e a coligação que dirige. De acordo com o porta-voz da coligação de 90 elementos que hoje é empossada na Assembleia da República altamente fragilizada por quezílias internas, Fernando Mazanga, “o facto de ele (Afonso Dhlakama) aceitar integrar o Conselho de Estado e de os deputados do partido tomarem posse no Parlamento não significa que reconheça Armando Guebuza como chefe de Estado moçambicano”. Depois de alguma resistência, Afonso Dhlakama acabou aceitando integrar as instituições do Estado.
Terceira bancada
Tudo indica que os deputados da União Eleitoral eleitos no âmbito da coligação com a RENAMO deverão constituir uma terceira bancada no Parlamento, fragilizando ainda mais a organização de Dhlakama e oferecendo ao grupo parlamentar da maioria – a FRELIMO – maior espaço para manobra quando pretender fazer aprovar algum documento na plenária. Com a saída de cérebros como Máximo Dias da coligação RUE, a RENAMO passa a apresentar-se na casa onde são aprovadas leis em Moçambique sem um único jurista. “A União Eleitoral já não tem nada a ver com a RENAMO”, comentou, na semana passada, em público, o jurista e secretário-geral do MONAMO, Máximo Dias, antigo integrante da coligação RENAMO-União Eleitoral. Pelo menos representantes de 70 países e organizações internacionais, incluindo o próprio secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, deverão testemunhar esta quarta-feira em Maputo a investidura de Armando Guebuza ao cargo de Presidente da República de Moçambique, sucedendo Joaquim Chissano, o primeiro que resignou voluntariamente da vaga e saiu em vida. Os antecessores de Chissano na liderança da FRELIMO e de Moçambique independente, Eduardo Mondlane e Samora Machel, desapareceram da cena política por morte violenta em exercício de funções. (Redacção) – CORREIO DA MANHÃ(Maputo) – 31.01.2005