O representante adjunto do Banco Mundial em Angola, Onisie Lambert, foi esbofeteado no último fim de semana no Mussulo por um filho de Fernando da Piedade Dias dos Santos «Nandó»(na foto), primeiro-ministro, soube o Semanário Angolense de fonte segura.
O filho de «Nandó», cuja identidade o SÁ não conseguiu apurar, estava envolvido em gincanas de moto nas praias do Mussulo. Entretanto, os bruscos e rápidos movimentos da sua moto de três rodas, a nova perdição com que os filhinhos de papai agora infernizam os banhistas do Mussulo, estava a atirar consecutivamente areia para a comida de Onisie Lambert e seus companheiros.
Agastado com a reiterada brincadeira de mau gosto, o representante adjunto do Banco Mundial leyantou-se para protestar junto do filho de «Nandó». Às primeiras palavras de Onisie Lambert, o filho do primeiro-ministro parou a moto, desceu e enfiou-lhe duas sonoras e dolorosas galhetas.
Quem assistiu ao lamentável incidente assegura que o representante adjunto do Banco Mundial em Angola deve à sua boa compleição física o facto de não se ter estatelado no chão. Uma testemunha ocular garantiu ao SÁ que se a «vítima não tivesse consideráveis predicados físicos ter-se-ia fatalmente estatelado e sua reanimação só seria possível com a ajuda de médicos». Se, entretanto, chegassem a tempo.
O Semanário Angolense não sabe se as bofetadas dadas a Onisie Lambert terão ou não repercussões nas relações de Angola com o Banco Mundial. Poucas entidades oficiais se dispuseram a comentar o caso. O SÁ soube que à própria representação do BM em Angola não interessa que o incidente tenha grande visibilidade mediática. «Eles preferem resolver o assunto através de outros canais», disse a este jornal uma fonte que está a par do assunto.
Dois filhos de Nandó, Cláudio e Hélder, envolvem-se rotineiramente em desacatos públicos. E isso mesmo valeu-lhes já os cognomes de Qusay e Ouday, uma «homenagem» a dois falecidos filhos do antigo líder iraquiano, Saddam Hussein, que se distinguiram pela sua crueldade.
Desapontados com a indiferença com que as autoridades policiais e judiciais tomam as frequentes agressões que praticam contra cidadãos deste país, as réplicas angolanas de Qusay e Ouday decidiram, agora, «internacionalizar» as suas zaragatas e galhetas. O representante adjunto do Banco Mundial pode ter sido apenas o primeiro. A sua próxima vítima pode ser um embaixador ou um qualquer governante estrangeiro que visite o país.
Ao fim e ao cabo, as galhetas dadas ao funcionário do BM inserem-se no tal sentimento generalizado de impunidade de que falava esta semana o bastonário da Ordem dos Advogados Angolanos, Raul Araújo.
A frequência com que os filhos de Fernando da Piedade Dias dos Santos se envolvem em desacatos públicos impõe, mais uma vez, que se coloque a mesma pergunta de sempre: os filhos são um caso perdido ou o pai é que não tem pulso?
AngoNotícias – 29.01.2005