O presidente da RENAMO, Afonso Dhlakama, anunciou hoje que vai integrar o Conselho de Estado e os deputados do seu partido vão tomar posse no Parlamento, mas reiterou o seu não reconhecimento dos resultados eleitorais de Dezembro.
"Fomos espoliados do direito do cumprimento integral da nossa vontade, mas seremos hoje, como ontem, os grandes guardiães da democracia no nosso país, os legítimos defensores do povo" disse aos jornalistas o líder do principal partido da oposição moçambicana.
"Por isso - prosseguiu -, contribuiremos para a construção da grande nação moçambicana, através da nossa tomada de posse, quer na Assembleia da República, quer no Conselho de Estado".
Anteriormente, o líder da RENAMO afirmara que não faria parte do Conselho de Estado, na qualidade de segundo candidato mais votado, e que os deputados do seu partido não tomariam os assentos no Parlamento em protesto pelo que qualificou de "crime eleitoral" nas eleições gerais de Dezembro último, ganhas por Armando Guebuza e pelo seu partido, a FRELIMO.
Dhlakama apontou "algumas falhas institucionais" responsáveis pela invalidação do recurso do seu partido pelo Conselho Constitucional (CC) de Moçambique, imputando responsabilidades à Comissão Nacional de Eleições (CNE).
O CC decidiu não dar provimento às reclamações da RENAMO por este ter apresentado um recurso fora do prazo e por o conteúdo do documento submetido à CNE, órgão da primeira instância, diferir do enviado ao CC.
"O CC teceu preocupadas críticas à organização das últimas eleições, de forma geral, e à CNE em particular, o que é um claro sinal de que a razão nos assiste", sublinhou Dhlakama.
O líder da oposição moçambicana justificou a nova decisão de tomar posse no Conselho de Estado e na Assembleia da República argumentando que o seu partido pretende respeitar as instituições moçambicanas, em particular o CC, e consolidar a democracia em Moçambique.
"Assumimos as responsabilidades que nos foram confiadas pelos cidadãos moçambicanos, que, mesmo despojados de grande parte dos seus direitos eleitorais estabelecidos constitucionalmente, confiaram em nós, depositando os seus votos na RENAMO e no seu candidato", disse.
21-01-2005 13:04:02
(Fonte : Agência LUSA)