A morte do académico e político guineense Benjamim Pinto Bull representa "perder uma biblioteca intelectual universal", pois trata-se de um homem que foi um dos impulsionadores da cultura africana, afirmou hoje o porta-voz do governo da Guiné- Bissau.
Em declarações à Agência Lusa, Filomeno Lobo de Pina indicou que a morte, hoje, de Benjamim Pinto Bull, que contava 89 anos, é a perda de uma "referência nacional", não só para a Guiné-Bissau mas também para o mundo lusófono, "de todos os quadrantes políticos".
"Todos nós, mas sobretudo a Guiné-Bissau, perdemos uma biblioteca intelectual universal. Perde-se irreparavelmente uma referência nacional", sublinhou o também ministro da Presidência do Conselho de Ministros, Comunicação Social e Assuntos Parlamentares.
Lobo de Pina é o chefe de governo em funções na ausência do primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, em digressão em França, Cuba e Venezuela que termina a 31 deste mês.
O funeral de Benjamim Pinto Bull, que faleceu em Lisboa vítima de doença prolongada, realiza-se quinta-feira no cemitério do Alto de São João, na capital portuguesa.
Pinto Bull era licenciado em Filologia Românica e estabeleceu-se em Portugal em 1984, leccionando nas universidades Internacional, Moderna e Lusófona nas áreas de Latim Jurídico e Literatura Africana de Expressão Portuguesa.
O académico, que teve também uma profunda ligação ao Senegal - foi tradutor oficial do antigo presidente senegalês Leopold Sédar Senghor - deixou pronta a sua autobiografia, intitulada "Memórias de um Luso-Guineense", com prefácio do também académico e político português Adriano Moreira, a publicar em breve.
Notícias Lusófonas - 25.01.2005