É a questão de vivermos num país assim. Há pessoas, na Rua Pereira do Lago, que fazem crer as suas chefaturas (também chefes), que o gesto democrático de Afonso Dlhakama e da sua formação política significa rendição. São os mesmos que, em anos passados, faziam crer aos seus chefes que as reivindicações da Renamo e do seu líder era um problema congénito. Do tipo a vocação da Renamo e da sua liderança é furtar-se as questões de Estado. São os tais que continuam a defender que a Frelimo é um partido- estado. Os tais que não têm a noção de tempo. Ainda estão, mentalmente, em Nachingweia. A treinar procedimentos democráticos. Há factos registado na história. A democracia moçambicana é produto da Renamo. Em 1975, Samora Machel, proclamou a independência da ditadura. Fuzilamentos públicos, prisões arbitrárias, guias de marcha ( até para as galinhas), chamboqueamentos ( de gente inocente), campos de concentração ( sobretudo no Niassa) e tudo que nos fazia lembrar Stáline ( também Hitler). Tudo isto para dizer que Renamo não é só o que algumas teses caducadas acreditam que seja. Moçambique tem democracia porque a Renamo existe. O resto é paisagem. Com imbecilidade á mistura.
CM - IMPARCIAL - 24.01.2005