E CORAGEM APENAS PARA CRITICAR O PASSADO
O nosso “herói vivo”, Marcelino dos Santos, é citado na comunicação social como tendo dito que «o governo de Guebuza é o mais crescido na história do país». E mais ainda, avançou, «este é o governo do povo».
Infere-se, claro, que tudo o resto, desde 1975, estava vários furos do actual executivo.
Só que não se conhece uma crítica substancial de Marcelino dos Santos sobre os anteriores executivo, exceptuando o violento pronunciamento dele contra Hélder Muteia, então Ministro de Agricultura e Desenvolvimento Rural, que o minimizou, por ter sugerido o debate aberto sobre a privatização ou não da terra em Moçambique. Quis saber, na altura, quem era ele, esquecendo que era ministro de uma área que lida com as questões da terra.
Julgo que o percurso de Marcelino dos Santos, vários anos número dois do regime, desde o tempo
Como é que os sucessivos governos compostos pelos «melhores filhos do povo moçambicano»,
Por outro lado, com que base se suporta Marcelino dos Santos, para afirmar a plenos pulmões, que o presente governo é do povo, sabido que mais de metade dos eleitores não foi votar e mesmo se tivesse votado na sua maioria a favor do cidadão Armando Emílio Guebuza, este se apresentou sem a lista dos actuais governantes.
Aliás, não sei se ele tivesse apresentado a lista proposta com os nomes que fazem parte do actual
É preciso estar assente, também, que este governo é de Guebuza e o seu partido, os riscos dai
Quanto ao resto, vamos deixar o Guebuza trabalhar, ao invés de andar a bajular-lhe antes de
Se Marcelino quer ajudar o país, deve discutir o presente, quanto ao passado, exige-se a ele o livro de memórias(até pode ser imperativo nacional) que pode ser útil, eventualmente, para esclarecer alguns pontos de penumbra da história da Frelimo, movimento que ajudou a criar.
Se não tem nada a dizer, então, curta o presente, com todo o conforto à disposição, porque amanhã é sempre outro dia. O povo do qual sempre fala, está noutra.
JAQUES FELISBERTO
IMPARCIAL – 25.02.2005
Nota: Lembro a entrevista concedida à Radio Nacional de Angola, que pode ser ouvida em
http://www.angolapress-angop.ao/entrevista1.asp e à qual ainda não vi referências nos jornais de Moçambique