A Cooperação Portuguesa e a Universidade Eduardo Mondlane (UEM) assinaram, hoje, na capital moçambicana, um protocolo de colaboração destinado à reabilitação do Arquivo Histórico de Moçambique (AHM), num projecto avaliado em mais de 600 mil euros.
A doação visa a adaptação de um edifício a oficinas de micrografia e restauro de três depósitos históricos do país, num projecto que será suportado por quatro instituições portuguesas, designadamente o Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento (IPAD), Instituto do Livro e das Bibliotecas (IPLB), Instituto dos Arquivos Nacionais/Torre do Tombo (IAN/TT) e do Instituto do Património Arquitectónico (IPPAR).
O acordo pretende apoiar à revitalização do maior depósito histórico de Moçambique e um dos maiores do continente africano, numa extensão de 26 quilómetros de estantaria de documentos em três edifícios da UEM.
A iniciativa irá "permitir à recuperação de parte do acervo bibliográfico português ali instalado desde o tempo da dominação colonial", sobretudo aspectos ligados a Moçambique, antiga província ultramarina, disse aos jornalistas o responsável pelo IPLB, Rui Pereira.
O reitor da UEM, Brazão Mazula, mostrou-se "entusiasmado" com o gesto da Cooperação Portuguesa, destacando a importância de "melhorar as condições em que se encontra todo o acervo bibliográfico, com vista a permitir uma melhor flexibilidade de utilização por parte dos investigadores da história moçambicana e não só".
O director do AHM, Joel Tembe, disse segunda-feira à Agência Lusa que o valor se destina à execução de um projecto de arquitectura, de especialidade, fiscalização e adaptação de um edifício a oficinas de micrografia.
No âmbito da reabilitação do AHM, a UEM decidiu desactivar o edifício sede por não oferecer condições para o restauro e englobá-lo num dos três estabelecimentos a serem reabilitados com fundos portugueses e que passarão a funcionar como centro de investigação científica, referiu Joel Tembe.
Agência Lusa - 16.02.2005