Meus caros!
É legítimo questionarmos a direcção da política externa que o país segue, mas enquanto formos o país que somos, onde em algumas zonas produz-se e noutras morre-se de fome ingerindo tubérculos venenosos, um país que até importa o tomate que consome ou importa laranja que produz (em suma um país dependente) continuaremos por necessidade a estender o tapete vermelho" que é para quando chegar ao fim do mês os funcionários possam ter os seus salários.
Não nos podemos esquecer que em termos de receitas, o que cobramos não cobre as nossa necessidades e por isso temos de recorrer a aos doadores para alimentar 50% ou mais do nosso Orçamento Geral (se nos aumentassem exorbitantemente os impostos será que iriamos suportar?).
Para isto só nos resta uma saída, A AUTOSUFICIÊNCIA, mas ela nào se fará de um dia para o outro.
A dependência de recursos leva consigo outros tipos de dependência, o que podemos fazer quando nos são propostos/impostas determinadas condições? Negar o dinheiro que necessitamos ou aceitar os condicionalismos? Claro! Aceitar. O que podemos fazer é pensar e implementar estratégias (produção e autosuficiência alimentar, industrialização, etc) que nos levem a não necessitarmos de doações e créditos dentro de um certo tempo. Agora não me perguntem quem irá fazer essas estratégias (como sempre estamos a espera do governo).
Temos de esperar que seja o governo ou cada um de nós pode fazê-lo?
Os agrónomos que abandonem os escritórios e as gravatas e calçem "galochas", os que fazem formaçõ fora que regressem e sirvam o seu país,etc, criemos uma cultura de produção e autosuficiência, exportação e não importação de tudo,desde as nossas cuecas até o tomate que comemos (lembro-m que enquanto miúdo a minha roupa era feita em modistas e alfaiates). Quantos de nós ainda fazem aquelas machambas nos fundos do quintais? Olhemos para cada um de Nós (tú olhe pra ti agora), da roupa que vestes quantas peças são feitas cá em Moçambique? A comida que comeste hoje quanta é feita cá? Não respondas que o pão é feito cá porque a farinha é importada (como dizia um amigo a única "coisa" Moçambicana que comemos é o sal que mesmos assim não sabemos de onde vem o iodo).
É o governo que ëstende o "tapete vermelho" e nós os Moçambicanos fazemos o mesmo com a nossa cultura, comida, roupa etc.
Este espaço livre serve para nós ganharmos consciência e ensinarmos no futuro aos nossos filhos para não serem como nós somos.
Temos de discutir, de refletir e se a escolha não estiver a ser nossa então que a tornemos nosssa.
Um abraço
Agnélio Pita
PS: * título adaptado pela moderação.
Nota: Retirado da net