O ministro moçambicano das Finanças, Manuel Chang, lançou um aviso ao futuro Governo português: a entrega de Cahora Bassa tem de ser feita o mais rapidamente possível. Manuel Chang diz mesmo que “não aceita mais demoras”. Recorde-se que o negócio fazia parte dos planos do ministro das Finanças, Bagão Félix, para conseguir receitas extraordinárias.
Numa entrevista à agência Bloomberg, o ministro moçambicano das Finanças afirma que não quer mais demoras e espera uma resposta rápida por parte do novo executivo.”A minha convicção é a de que as negociações sobre Cahora Bassa poderão registar bons desenvolvimentos, mesmo tendo em conta que a evolução sobre este tema não pode ser colocada em termos do partido que está ou não no Governo” – afirmou Chang.
Em causa, recorde-se, está a venda dos 82 por cento que Portugal detém nesta importante barragem moçambicana. Refira-se que Bagão Félix tinha já dito, há dois meses, que este é um excelente negócio para se conseguir receitas extraordinárias em 2005. O ainda ministro das Finanças afirmou recentemente que “essa alienação pode ser feita com vantagens a questão do défice”. O ministro recordou que a venda da participação de Cahora Bassa é já “um facto político irreversível”.
A ‘batata quente’ passa agora para as mãos de José Sócrates. Em cima da mesa estão números diferentes. Portugal pede mil e 800 milhões de euros pela participação que tem na barragem. Maputo diz que não oferece mais que 700 milhões, ou seja, menos de metade.
CORREIO DA MANHÃ - 27.02.2005